São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

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ANÁLISE LÍBIA

América Latina exibe dissenso sobre Gaddafi

Enquanto Cuba, Venezuela e Nicarágua apoiam ditador, Brasil titubeia e Colômbia recebe representantes dos rebeldes

NEWTON CARLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua foram os dos três países latino-americanos que deram apoio a Gaddafi com argumentos retirados do arsenal ideológico das esquerdas.
Constatou-o um levantamento feito pela "Latin New", publicação especializada em América Latina, editada em Londres. Em suas "reflexões", Fidel Castro disse que os protestos contra Gaddafi não podiam ser chamados de revolução, já que o ditador líbio, segundo ele, sempre teve postura anti-imperialista.
Não se sabe como os três processam as informações revelando que o aparato de repressão da Líbia de Gaddafi trabalhou intimamente com a CIA dos Estados Unidos na "guerra ao terror".
No balanço feito pela publicação londrina, o Brasil é destaque. Teria estado a ponto de reconhecer o CNT (Conselho Nacional de Transição).
Acabou por considerá-lo "interlocutor válido", além de não apoiar as "pesadas sanções" adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU. Membros e assessores do conselho visitaram países latino-americanos. Ficou claro que a América Latina é considerada um parceiro importante e, o que é mais relevante, com posições próprias. Já estando de saída, por exemplo, da área de influência dos EUA.
Os líbios do governo de transição foram recebidos dia 25 de agosto pelo novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Conseguiram o reconhecimento de "autoridade legítima". Em troca, prometeram respeito aos direitos humanos na transição da Líbia à democracia "plena".
O Panamá foi o primeiro país latino-americano a reconhecer o CNT, em 14 de junho.
O Equador não se alinhou com Hugo Chávez, como era esperado. Seus plantadores de banana têm estoques de US$ 1 milhão à espera de envio para a Líbia.
O ministro do Exterior equatoriano disse que o Equador respeitará o que os líbios decidirem a favor de seu desenvolvimento nacional. Mas rejeita "categoricamente" o que chamou de invasão da OTAN e intervenção "indevida" na Líbia de potências estrangeiras.

NEWTON CARLOS é analista de assuntos internacionais


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