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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Cidades são cercadas com arame, diz jornal

Atentado mata soldado americano, e general dos EUA prevê mais ataques

DA REDAÇÃO

Um soldado americano foi morto ontem em um atentado em Mossul, no norte do Iraque. Em Bagdá, o comandante das Forças dos EUA no Iraque, general Ricardo Sánchez, afirmou que novos ataques devem ocorrer no país enquanto o ex-ditador Saddam Hussein não for capturado.
No ataque que matou o militar americano, uma bomba colocada na estrada fez em pedaços um jipe Humvee. A ação é atribuída a guerrilheiros leais a Saddam ou a militantes extremistas islâmicos de outros países.
"Escutamos uma explosão e corremos para ver. Havia soldados americanos no chão e uma Humvee destruída", disse o policial iraquiano Hamid Saleh.
Em declarações dadas ontem, Sánchez afirmou que os iraquianos precisam ajudar os americanos a encontrar Saddam.
Porém, segundo o general dos EUA, hoje o ex-ditador é "uma agulha no palheiro".
O general acrescentou: "Estamos focados em encontrar essa agulha, mas tem sido difícil. A população iraquiana precisa ajudar a capturar Saddam". Anteontem, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, já havia afirmado que será difícil encontrar o ex-ditador.
Para Sánchez, capturar Saddam será importante para mostrar aos iraquianos que ele não retornará ao poder. "Isso contribuirá para reduzir a violência", disse.
Por enquanto, o comandante americano acredita que haverá crescimento na violência contra os americanos até junho, quando os EUA transferirão o poder para um governo iraquiano interino.
Rumsfeld afirmou anteontem que, para diminuir a violência, é preciso acelerar o treinamento das forças iraquianas, para que aos poucos elas possam começar a tomar conta do país.
Segundo o diário americano "The New York Times", soldados dos EUA começaram a cercar vilas iraquianas com arame farpado. Em alguns casos, os militares estão demolindo prédios que supostamente são utilizados por insurgentes iraquianos.
Parentes de suspeitos de pertencerem a guerrilhas leais a Saddam foram presos para pressionar os insurgentes a se entregarem.

Entrevista
O coronel iraquiano Al Dabbagh (o primeiro nome não foi informado) disse em entrevista ao jornal britânico "The Sunday Telegraph" que foi ele o responsável por fornecer ao governo britânico a informação de que Saddam poderia utilizar armas de destruição em massa em apenas 45 minutos, se quisesse.
Essa informação foi um dos principais argumentos do Reino Unido e dos EUA para atacar o Iraque. Porém, após a guerra, como Saddam não usou essas armas, os britânicos começaram a ser criticados.
Al Dabbagh afirma que confirma o que disse e acrescentou que Saddam não quis usar as armas, mas ainda as mantém escondidas.


Com agências internacionais


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