DA REDAÇÃO

A China apresentou ontem um protesto formal contra a reunião do presidente francês, Nicolas Sarkozy, com o dalai-lama, alegando que o encontro "feriu gravemente o interesse chinês".
O Ministério do Exterior chinês informou que Hervé Ladsous, embaixador francês em Pequim, foi chamado ontem pelo ministro-adjunto He Yafei, que oficializou o mal-estar de Pequim pela reunião de Sarkozy com o líder espiritual de Tibete, realizada anteontem na Polônia.
He afirmou que a reunião interfere num assunto interno da China, compromete as relações bilaterais entre Pequim e Paris, bem como as relações entre China e União Européia (cuja presidência transitória é exercida por Sarkozy no momento). Assim que o francês anunciou a intenção de encontrar o dalai-lama, Pequim cancelou uma cúpula com representantes do bloco europeu.
He ainda cobrou dos franceses "medidas concretas para corrigir os erros nas questões ligadas ao Tibete", definitivamente anexado pelos chineses em 1950.
Não foi a primeira vez no ano que a França foi alvo de reprimendas chinesas decorrentes da situação do Tibete. A etapa parisiense do revezamento da tocha olímpica foi marcada por protestos. Isso gerou reações, como campanhas de boicote à rede Carrefour e a outras marcas francesas na China.