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Bancários anunciam paralisação total de dois dias
DA REDAÇÃO
A principal associação de bancários da Venezuela anunciou ontem a paralisação total de seus
serviços por dois dias, a partir de
hoje. O gesto é um apoio à greve
geral iniciada no dia 2 de dezembro para pressionar o presidente
Hugo Chávez a aceitar um referendo sobre seu mandato. Até
agora, os bancos vinham abrindo
apenas três horas por dia.
O fechamento total dos bancos
deve causar ainda mais contratempos à população venezuelana,
que já enfrenta desabastecimento
de gasolina e de alimentos.
A paralisação vem afetando significativamente a indústria petrolífera, responsável por 80% das
exportações do país. Segundo o
governo, a queda nas exportações
vem provocando um prejuízo
diário de US$ 50 milhões.
Grandes filas se formaram nas
agências bancárias logo após o
anúncio da greve. "É uma loucura. As pessoas têm necessidades
nesses dois dias e precisam de dinheiro", afirmou o assessor administrativo Mauro Rodríguez, 30.
Polícia reprime chavistas
Líderes da oposição desistiram
ontem de realizar uma passeata
até a sede do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), em Caracas,
após centenas de chavistas terem
se concentrado na frente do órgão. Os chavistas tentaram invadir o local, mas foram dispersados
com bombas de gás lacrimogêneo
pela polícia.
O conselho prepara um referendo não-obrigatório sobre o mandato de Chávez, que termina em
2007, para o dia 2 de fevereiro,
apesar de a Justiça ter se pronunciado contra a votação.
O governo também é contrário
ao referendo e defende uma consulta, obrigatória, para agosto, como prevê a Constituição do país.
A Suprema Corte ainda deve decidir sobre a legalidade da votação
no dia 2 de fevereiro.
Chávez, que sobreviveu a um
golpe de Estado em abril, quando
foi afastado do cargo por dois
dias, diz que a atual greve geral é
uma nova tentativa de golpe. Ele
prometeu derrotar os grevistas e
ameaçou prender quem seguir o
pedido da oposição para não pagar mais impostos.
"Assim como estamos firmemente confrontando e derrotando a sabotagem petroleira, não
permitiremos aos sabotadores colocar suas mãos no dinheiro dos
venezuelanos", afirmou ele anteontem.
O governo anunciou ontem formalmente a divisão operacional
da PDVSA, a gigante estatal de petróleo, em duas, numa tentativa
de furar a greve na companhia.
Também devem ser demitidos
7.000 dos 40 mil funcionários, a
maioria em Caracas, onde a oposição a Chávez é mais forte.
Com agências internacionais
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