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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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COLÔMBIA

Explosão atingiu anteontem clube frequentado por executivos e políticos e deixou mais de 150 pessoas feridas

Atentado em Bogotá deixa ao menos 26 mortos

DA REDAÇÃO

Pelo menos 26 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas anteontem à noite por uma forte explosão em um clube frequentado por executivos e políticos na zona norte de Bogotá (capital da Colômbia).
A explosão atingiu o clube El Nogal por volta das 20h10 (23h10 em Brasília), lançando pedaços do prédio de dez andares em uma avenida movimentada e provocando um incêndio que durou cerca de duas horas e provocou danos em toda a construção.
O vice-presidente colombiano, Francisco Santos, atribuiu o ataque às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), maior guerrilha de esquerda do país. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado, mas as Farc haviam dito que planejavam alvejar a elite colombiana.
Os rebeldes, que tradicionalmente concentravam suas ações no interior, vêm ampliando os ataques nas cidades. No final de 2002, uma onda de atentados a bomba em Bogotá atribuída às Farc deixou cerca de 50 feridos.
Segundo a polícia, a explosão foi provocada por um carro-bomba estacionado no quarto andar do prédio. Foram usados mais de 200 kg de explosivos.
O clube era um dos mais exclusivos da Colômbia e era dirigido pelo ministro do Interior, Fernando Londoño, até agosto, antes de ele assumir o cargo. Frequentado por políticos e executivos, incluía restaurantes, centros de ginástica e quartos de hóspedes.
"Foi uma explosão gigantesca. Achei que um avião tinha se chocado contra o clube", disse Luis Moreno, que mora em um prédio em frente ao local. A explosão fez com que as janelas de seu apartamento quebrassem.
Várias crianças ficaram feridas no atentado. Testemunhas disseram que algumas delas fariam uma apresentação de balé, na sexta-feira à noite. Um funcionário do clube, disse que a explosão abriu um buraco no chão e muitas pessoas caíram dentro dele.
A explosão ocorreu poucas horas após a polícia ter anunciado a apreensão em Bogotá de cinco morteiros e cinco granadas, que seriam utilizados em atentados organizados pelas Farc.
Na semana passada, o governo prorrogou por mais três meses o estado de exceção vigente desde o dia 12 de agosto. O argumento para a prorrogação foi "o clima de grave perturbação da ordem pública". O estado de exceção dá ao governo mecanismos para impor restrições às liberdades constitucionais para permitir o combate aos grupos armados ilegais.
A Colômbia vive em guerra civil há quatro décadas, com um saldo de mais de 40 mil mortos nos últimos dez anos. O presidente Álvaro Uribe foi eleito em maio prometendo pulso firme contra os grupos armados ilegais.


Com agências internacionais


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