KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Colombianos que já moram em cidades da Amazônia brasileira, fugidos do conflito em seu país, avaliavam na semana passada que um prolongamento da crise causaria um aumento no número de refugiados no Brasil.
"Muita gente está pensando em sair do país. Querem cruzar a fronteira para escapar da guerra", disse o colombiano J.M., 56, em Manaus há dois anos e que prefere não se identificar por medo de represálias.
No último dia 4, J.M. conversou com parentes que moram na Colômbia. "O clima é de tensão", afirmou. Ele disse que fugiu do conflito com os três filhos devido a seqüestros de parentes e a ameaças de recrutamento à força pelas Farc. "Nós perdemos quase tudo. No Brasil, estamos começando do zero. Mas podemos dormir tranqüilos. Não há guerrilheiros nos ameaçando."
Outra refugiada colombiana, a professora M.G., que está há 11 meses em uma cidade do Amazonas, defende uma participação brasileira mais firme na fronteira, porque "a Venezuela é arrogante".
A ONU estima que de 15 mil a 17 mil colombianos cruzaram a fronteira do Brasil fugindo dos conflitos, nos últimos sete anos, e vivem na região amazônica. Desses, apenas 498 conseguiram o status oficial de refugiados.


Texto Anterior: Em Letícia, fronteira é de refugiados sociais
Próximo Texto: Fim de crise consagra dominicano
Índice