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Prática sofre preconceito
da Agência Folha, em Porto Alegre
A mãe-de-santo Peggy de Iemanjá, 56, presidente da Congregação Africanista da Argentina,
festeja a diminuição da resistência
argentina às religiões de origem
africana após o regime militar
(1976-1983), mas lamenta a persistência do preconceito racial. "O
argentino é muito racista. Isso faz
com que seja difícil o estabelecimento de religiões negras."
Mesmo assim, entre terreiros de
umbanda oficiais e extra-oficiais,
Peggy estima a existência de 6.000
casas na Argentina. "Sei tudo o
que há na Argentina. Tenho uma
vida dedicada a isso. Meu terreiro
existe desde 1979", afirmou.
De acordo com estimativa de
Peggy, 200 clientes passam pela
sua casa mensalmente.
"Nossa atividade, aqui em Buenos Aires, pode ser equiparada à
de São Paulo. A diferença é que
não temos divulgação. Nem todos
assumem que frequentam os terreiros. Existe uma idéia de que
trabalhamos com feitiçaria", diz.
Peggy lamenta a atitude dos
poucos negros existentes no país.
"É irônico, mas os negros que
chegam aqui são todos católicos.
As pessoas que frequentam a umbanda na Argentina são brancas,
de todas as classes sociais."
Os frequentadores da umbanda
na Argentina evitam expor suas
crenças. O comerciante José Augustin Ferrera afirmou que as
pessoas têm vergonha. Ele começou a frequentar terreiros após
perder uma filha e ter sentido a
necessidade de buscar respostas
sobre a morte. "Gostaria de ser
médium. Não deixo de ser católico, mas sei o quanto fui ajudado
nos últimos sete anos", disse.
(LG)
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