São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

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Em casa, pais de pequenos obamistas sofrem pressão para mudarem seu voto

DO "NEW YORK TIMES"

Enquanto segue a disputa pela candidatura presidencial democrata, os jovens partidários de ambos os pré-candidatos estão em campanha intensa também em casa. Mas os de Barack Obama, que capturou a maioria dos eleitores de até 30 anos, ganham em aporrinhação.
Enviam aos pais vídeos de Obama no YouTube, exortações de blogs e adesivos como "Tell your Mama/ Vote for Obama" (diga a sua mãe para votar em Obama).
Megan Simpson, 22, aluna da Universidade Estadual da Pensilvânia, não conseguiu mudar o voto do pai, republicano. Mas, um dia antes do prazo final de registro de eleitores para a primária do dia 22, ela lhe enviou uma ficha de inscrição e a proposta: "Caso ele se registrasse como democrata para votar em Obama, eu prepararia a papelada para que ele voltasse a ser republicano no dia seguinte".
Foi assim que Ralph Simpson Jr., 50, aderiu ao Partido Democrata. "Provavelmente vou voltar ao Partido Republicano", ele afirmou. "Mas ainda não sei em quem votarei na eleição geral. Se Meg continuar se esforçando, quem sabe?"
Nenhuma pesquisa estima quantos partidários de Obama tomaram sua decisão por insistência dos filhos. Mas a influência destes é alegada até mesmo por alguns políticos para justificar o apoio ao senador.
Depois de uma série de governadores e congressistas, o ex-presidente Jimmy Carter, que votará como superdelegado na convenção para escolher o candidato, fez questão de dizer a jornalistas que seus filhos e netos apóiam Obama, embora não tenha revelado sua opção.

Influência
Quando os norte-americanos do baby boom (nascidos entre 1946 e 1964) tinham a idade de seus filhos hoje, a brecha geracional era muito mais profunda. Mas as distinções firmes entre gerações se erodiram. Os pais de hoje são muito mais próximos de seus filhos.
"Nossos filhos são provavelmente mais preciosos para nós do que era o caso em qualquer geração anterior de pais", disse Dan Kindlon, psicólogo infantil na Universidade Harvard. "Temos menos crianças, somos mais relativistas e nos deixamos influenciar mais por elas."
Para muitos pais, a campanha é também um flashback: no idealismo escancarado dos filhos, muitos vêem a retomada de suas paixões da juventude. "É algo de que podemos nos gabar aos amigos", diz Kindlon. "Meu filho gosta de política."
Embora Hillary disponha de uma rede nacional de voluntários estudantis, a de Obama é muito maior. Sites como o Kids for Obama e YrMomma4Obama convidam os jovens a promover o candidato para os pais. Os dois filhos adultos do governador de Wisconsin, James E. Doyle, 62, ambos negros e adotados, falaram a ele com fervor da visão de Obama sobre um país multirracial.
E depois veio o neto. "Ele é um barackmaníaco total", conta Doyle. "Quando perguntei por quê, ele disse que achava que Obama "ia trabalhar muito por nós". Pensei, é isso, na ótica de uma criança de sete anos: "trabalhar muito" e "por nós"."


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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