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Em casa, pais de pequenos obamistas sofrem pressão para mudarem seu voto
DO "NEW YORK TIMES"
Enquanto segue a disputa pela candidatura presidencial democrata, os jovens partidários
de ambos os pré-candidatos estão em campanha intensa também em casa. Mas os de Barack
Obama, que capturou a maioria
dos eleitores de até 30 anos, ganham em aporrinhação.
Enviam aos pais vídeos de
Obama no YouTube, exortações de blogs e adesivos como
"Tell your Mama/ Vote for
Obama" (diga a sua mãe para
votar em Obama).
Megan Simpson, 22, aluna da
Universidade Estadual da Pensilvânia, não conseguiu mudar
o voto do pai, republicano. Mas,
um dia antes do prazo final de
registro de eleitores para a primária do dia 22, ela lhe enviou
uma ficha de inscrição e a proposta: "Caso ele se registrasse
como democrata para votar em
Obama, eu prepararia a papelada para que ele voltasse a ser republicano no dia seguinte".
Foi assim que Ralph Simpson Jr., 50, aderiu ao Partido
Democrata. "Provavelmente
vou voltar ao Partido Republicano", ele afirmou. "Mas ainda
não sei em quem votarei na
eleição geral. Se Meg continuar
se esforçando, quem sabe?"
Nenhuma pesquisa estima
quantos partidários de Obama
tomaram sua decisão por insistência dos filhos. Mas a influência destes é alegada até mesmo
por alguns políticos para justificar o apoio ao senador.
Depois de uma série de governadores e congressistas, o
ex-presidente Jimmy Carter,
que votará como superdelegado na convenção para escolher
o candidato, fez questão de dizer a jornalistas que seus filhos
e netos apóiam Obama, embora
não tenha revelado sua opção.
Influência
Quando os norte-americanos
do baby boom (nascidos entre
1946 e 1964) tinham a idade de
seus filhos hoje, a brecha geracional era muito mais profunda. Mas as distinções firmes entre gerações se erodiram. Os
pais de hoje são muito mais
próximos de seus filhos.
"Nossos filhos são provavelmente mais preciosos para nós
do que era o caso em qualquer
geração anterior de pais", disse
Dan Kindlon, psicólogo infantil
na Universidade Harvard. "Temos menos crianças, somos
mais relativistas e nos deixamos influenciar mais por elas."
Para muitos pais, a campanha é também um flashback: no
idealismo escancarado dos filhos, muitos vêem a retomada
de suas paixões da juventude.
"É algo de que podemos nos gabar aos amigos", diz Kindlon.
"Meu filho gosta de política."
Embora Hillary disponha de
uma rede nacional de voluntários estudantis, a de Obama é
muito maior. Sites como o Kids
for Obama e YrMomma4Obama convidam os jovens a promover o candidato para os pais.
Os dois filhos adultos do governador de Wisconsin, James
E. Doyle, 62, ambos negros e
adotados, falaram a ele com fervor da visão de Obama sobre
um país multirracial.
E depois veio o neto. "Ele é
um barackmaníaco total", conta Doyle. "Quando perguntei
por quê, ele disse que achava
que Obama "ia trabalhar muito
por nós". Pensei, é isso, na ótica
de uma criança de sete anos:
"trabalhar muito" e "por nós"."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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