DE JOHANNESBURGO

Um dos principais analistas sul-africanos, Moeletsi Mbeki diz que o primeiro ano de Jacob Zuma foi marcado por seu enfraquecimento político e pelo surgimento de uma nova força de protesto nas favelas. (FZ)

 

FOLHA - Como Zuma se saiu?
MOELETSI MBEKI - Politicamente, o mais importante foi a ascensão da ala jovem do CNA como uma força autônoma, sem controle, com sua própria filosofia e programa. Isso reflete o fato de que as muitas facções que Zuma pôs juntas para ser eleito agora estão o desafiando. Socialmente, o mais relevante foi o surgimento de uma nova força nas favelas, comandando protestos contra desemprego e corrupção.

FOLHA - É hoje um líder fraco?
MBEKI - Sim, está enfraquecido politicamente. Facções o ignoram e agem de maneira independente.

FOLHA - E a economia?
MBEKI - A política econômica em curso foi desenhada há dez anos.

FOLHA - Ele fez algo positivo?
MBEKI - A maneira como trata a epidemia de Aids é muito melhor do que no passado.

FOLHA - O estilo dele, de ter contato mais próximo com a população, faz diferença?
MBEKI - Não vejo grande impacto. O que o país precisa é de um presidente que tenha habilidade de gerenciar os problemas e achar soluções criativas. E Zuma não foi capaz de fazer isso. Visitar os pobres em vez de consertar seus problemas não adianta.

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folha.com.br/1012713


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