Países ibéricos são os mais prejudicados; Espanha fecha 20 aeroportos, incluindo o de Barcelona, afetando 40 mil pessoas

Coluna de fumaça é causada por mesmo vulcão islandês que paralisou tráfego aéreo europeu em abril; mais de 900 voos foram suspensos

DA REDAÇÃO

Uma nuvem de cinzas de 2.000 km de extensão provocada novamente pelo vulcão islandês Eyjafjallajokull, que no mês passado paralisou a maior parte do tráfego aéreo da Europa por cinco dias, forçou o atraso ou o cancelamento de diversos voos no continente ontem.
Os países mais atingidos pela coluna de fumaça foram Portugal e Espanha, onde até a noite de ontem (horário de Brasília) mais de 900 voos haviam sido cancelados -no caos aéreo de abril, cancelamentos chegaram a dois terços dos mais de 20 mil voos diários pelo continente.
Na Espanha, 20 aeroportos foram fechados, incluindo os de La Coruña, na costa atlântica, e Barcelona, no nordeste. Este e outros cinco foram reabertos à noite. A previsão do governo era de que os demais reabrissem até a madrugada de hoje. Cerca de 40 mil pessoas tiveram o seu trânsito prejudicado.
Na capital espanhola, Madri, a previsão era de que o aeroporto permanecesse aberto. Mais de 20 voos do Reino Unido aos países ibéricos também foram impedidos de seguir viagem.
O governo não descarta ainda que as restrições se estendam pela semana e já faz planos para reforçar transportes alternativos pelo país, como aumentar a disponibilidade de trens e ônibus para longas distâncias.
A Eurocontrol, a agência europeia de segurança aérea, previa que a maioria dos voos transatlânticos à América do Norte seria ontem redirecionada à Groenlândia ou ao sul da Espanha, para evitar a nuvem -desvios de trajeto que provocariam atrasos de ao menos uma hora.
Os ventos estavam levando as cinzas ao sul do espaço aéreo francês e ao norte do italiano. Na francesa Marselha, no litoral mediterrâneo, 15 voos foram cancelados. Especialistas ouvidos pelo jornal britânico "Guardian" disseram que a fumaça poderá alcançar também a Escócia e a Irlanda em breve.
Até o fechamento desta edição, nenhum voo saído ou direcionado ao Brasil tinha sido afetado, segundo a Infraero.
Em abril, a erupção do vulcão Eyjafjallajokull forçou o fechamento de grande parte do espaço aéreo europeu e o cancelamento de mais de 100 mil voos durante quase uma semana -acredita-se que as cinzas vulcânicas possam afetar a visibilidade e a mecânica do avião.
Estima-se em cerca de 8 milhões os passageiros afetados pelas restrições na ocasião.