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Hague deixa liderança conservadora
DE LONDRES
A derrota massacrante na eleição de anteontem fez com que
William Hague, 42, renunciasse
ao posto de líder dos conservadores. Hague afirmou que deixará
sua função assim que um novo líder for eleito, o que deve ocorrer
no próximo mês.
"Nenhum homem é indispensável. Nenhum homem é mais
importante que o seu partido",
declarou Hague. "Acredito que
seja vital para o partido escolher
alguém que possa construir algo a
partir do meu trabalho."
Os dois nomes mais bem cotados são o de Michael Portillo, secretário da Defesa no governo de
John Major (1990-97), e o do ex-ministro Kenneth Clarke.
"Uma vitória de Portillo representaria a manutenção das principais idéias atuais dos conservadores. Clarke é um pouco menos de
direita e favorável à adesão ao euro", disse à Folha Alan Beattie,
coordenador do Departamento
de Governo da London School of
Economics.
Hague não conseguiu convencer o eleitorado de que seu partido era uma alternativa real aos
trabalhistas -os conservadores
conseguiram apenas 166 cadeiras
no Parlamento, uma a mais em
relação a 97.
Hague foi o responsável pela
centralização da campanha conservadora nas propostas de combate ao euro e corte de impostos.
Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra conservadora, que participou da campanha deste ano,
elogiou os esforços de Hague e enviou um recado aos adversários
políticos: "Meus amigos, não se
enganem. O Partido Conservador
estará de volta".
Abstenção
O índice de abstenção recorde
na eleição de anteontem é um sinal de que os britânicos não vêem
mais diferença entre trabalhistas e
conservadores, segundo analistas.
No pleito deste ano, apenas
59,3% dos 44,9 milhões de eleitores foram às urnas, o percentual
mais baixo desde 1918, ano em
que a Primeira Guerra Mundial
reduziu o eleitorado. "Com trabalhistas e conservadores alinhados
ao centro e com propostas semelhantes, o eleitor não se sente estimulado para votar" disse à Folha
Neil Gavin, cientista político da
Universidade de Liverpool.
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