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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Governo britânico deve assumir erro em relatório contra Saddam

Powell diz que armas serão achadas

DA REDAÇÃO

As armas de destruição em massa não foram encontradas até agora no Iraque porque foram cuidadosamente escondidas pelo regime do ex-ditador Saddam Hussein. Foi essa a explicação dada ontem pelo governo norte-americano, que voltou a afirmar que as armas serão encontradas.
Em resposta a acusações de que os EUA exageraram a ameaça do regime de Saddam ao mundo, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse ontem estar confiante de que as armas de destruição em massa ainda serão localizadas no Iraque.
"Tenho certeza de que mais evidências e mais provas aparecerão à medida que nós avançarmos nesse caminho", disse Powell, em entrevista à rede de TV Fox News.
Depois de várias semanas de busca no Iraque, a falta de evidência sobre o suposto arsenal proibido de Saddam tem levantado questões sobre se as informações do serviço de inteligência -usadas como justificativa pelos EUA e pelo Reino Unido para a invasão do Iraque- estavam erradas ou foram infladas.
Na semana passada, um relatório da inteligência americana admitia que não havia, no ano passado, indícios fortes de um arsenal de armas químicas, mas afirmava que o Iraque tinha condição de fabricá-lo.
Powell disse que partes desse relatório foram tiradas do contexto. "A frase que atraiu toda a atenção afirma que não havia evidências de instalações e de armas estocadas. A frase seguinte diz que havia a informação de que as armas químicas haviam sido dispersadas em diversas unidades."
Já no Reino Unido, integrantes do governo chamados para depor no Comitê de Inteligência e Segurança do Parlamento deverão admitir que o segundo dossiê contra Saddam, produzido pela inteligência britânica em fevereiro, trazia erros de informação. A informação foi publicada ontem pelo semanário "The Observer".
Baseado em fontes do governo britânico, o jornal afirma que, se o premiê Tony Blair for questionado, também reconhecerá os erros.
Divulgado pouco antes de um encontro entre Blair e o presidente dos EUA, George W. Bush, o relatório se baseou em grande parte em uma tese de doutorado escrita há 13 anos na Califórnia.
Ontem, sob a supervisão estrita de militares americanos, inspetores da ONU estiveram no complexo de Tuwaitha, no sudeste de Bagdá, para avaliar os danos causados pelos saques ocorridos no local após a queda de Saddam. Os setes especialistas pertencem à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Reinauguração
O Museu Nacional do Iraque, em Bagdá, deverá ser reaberto no mês que vem. Estima-se que cerca de 3.000 peças tenham sido saqueadas do museu após a deposição de Saddam.


Com agências internacionais


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