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EUA
Partido centra sua agenda em economia, área social e segurança interna para evitar a reeleição do republicano em 2004
Democratas unificam discurso para enfrentar Bush
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Assentada a poeira da guerra no
Iraque, o Partido Democrata
americano já começa a apresentar
um discurso unificado entre seus
nove candidatos à eleição de novembro de 2004. O objetivo comum de mandar o presidente
George W. Bush de volta ao Texas
afunilou a agenda da atual oposição americana para três temas básicos: a economia, o social (saúde
e educação) e a segurança interna.
Bush vai mal nos dois primeiros
quesitos. Mas impera, na retórica
e nas ações, no terceiro. Venceu
duas guerras em menos de dois
anos e cultiva uma aprovação de
quase 70%, apoiada, em boa medida, nessas vitórias.
Entre os nove aspirantes à indicação democrata, os senadores
John Kerry, veterano do Vietnã, e
Joseph Lieberman, ex-vice na
chapa de Al Gore em 2000, já despontam como favoritos.
A oposição americana tem pressa em colocar suas alternativas
viáveis no horizonte. Uma definição o quanto antes terá impacto
no financiamento de campanha e
no apoio dos governadores de Estados democratas.
Terry McAuliffe, presidente do
Partido Democrata, procura diminuir a ansiedade com a indefinição dizendo que os nove concorrentes têm aumentado a visibilidade e o ""trabalho de formiga"
na busca de votos.
O fato é que o partido atravessa
uma de suas maiores crises de
identidade. Hoje, 32% dos americanos se autodenominam democratas, contra 30% dos que se dizem republicanos -a menor diferença desde a década 40.
Os rivais republicanos dominam hoje a Casa Branca, o Congresso e os laços com o mundo
corporativo, de onde pretendem
extrair US$ 200 milhões para financiar a reeleição de Bush.
Mesmo parte da base eleitoral
democrata, notadamente composta por sindicalistas, ""afro-americanos", liberais e feministas, vem sendo atraída pela ""compaixão conservadora" propalada
pelos republicanos.
Os nove democratas já realizaram dois grandes debates entre
eles. O mais recente, há duas semanas, mostrou um discurso afinado em relação às questões do
dia-a-dia dos americanos.
Eles chegaram a um consenso
empurrados pela principal figura
do partido, o ex-presidente Bill
Clinton (1993-2001), que pediu,
"uma estratégia para o amanhã".
Pesquisa divulgada pelo ""The
Wall Street Journal" mostrou que
57% dos americanos vêem os democratas como os mais aptos na
economia. Outros levantamentos
revelam que, além do desemprego, preocupações com o preço de
planos de saúde e a qualidade das
escolas vêm ganhando terreno à
medida que os atentados terroristas de 2001 vão ficando para trás.
Os democratas, porém, mantêm ênfase na segurança interna.
Embora a gestão Bush esteja dominada pelo assunto, seus adversários chegam a dizer que o presidente é ""leniente" com o tema.
Ainda como reforço, é provável
que os democratas contem, desta
vez, com o apoio do Partido Verde americano. Se os verdes de
Ralph Nader tivessem se posicionado logo de saída ao lado de Al
Gore em 2000, provavelmente
Bush não seria hoje presidente.
Hillary
A ex-primeira dama dos EUA e
atual senadora por Nova York,
Hillary Rodham Clinton, afirmou
ontem que não pretende se candidatar à Presidência em 2008.
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