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São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2003

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EUA

Partido centra sua agenda em economia, área social e segurança interna para evitar a reeleição do republicano em 2004

Democratas unificam discurso para enfrentar Bush

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Assentada a poeira da guerra no Iraque, o Partido Democrata americano já começa a apresentar um discurso unificado entre seus nove candidatos à eleição de novembro de 2004. O objetivo comum de mandar o presidente George W. Bush de volta ao Texas afunilou a agenda da atual oposição americana para três temas básicos: a economia, o social (saúde e educação) e a segurança interna.
Bush vai mal nos dois primeiros quesitos. Mas impera, na retórica e nas ações, no terceiro. Venceu duas guerras em menos de dois anos e cultiva uma aprovação de quase 70%, apoiada, em boa medida, nessas vitórias.
Entre os nove aspirantes à indicação democrata, os senadores John Kerry, veterano do Vietnã, e Joseph Lieberman, ex-vice na chapa de Al Gore em 2000, já despontam como favoritos.
A oposição americana tem pressa em colocar suas alternativas viáveis no horizonte. Uma definição o quanto antes terá impacto no financiamento de campanha e no apoio dos governadores de Estados democratas.
Terry McAuliffe, presidente do Partido Democrata, procura diminuir a ansiedade com a indefinição dizendo que os nove concorrentes têm aumentado a visibilidade e o ""trabalho de formiga" na busca de votos.
O fato é que o partido atravessa uma de suas maiores crises de identidade. Hoje, 32% dos americanos se autodenominam democratas, contra 30% dos que se dizem republicanos -a menor diferença desde a década 40.
Os rivais republicanos dominam hoje a Casa Branca, o Congresso e os laços com o mundo corporativo, de onde pretendem extrair US$ 200 milhões para financiar a reeleição de Bush.
Mesmo parte da base eleitoral democrata, notadamente composta por sindicalistas, ""afro-americanos", liberais e feministas, vem sendo atraída pela ""compaixão conservadora" propalada pelos republicanos.
Os nove democratas já realizaram dois grandes debates entre eles. O mais recente, há duas semanas, mostrou um discurso afinado em relação às questões do dia-a-dia dos americanos.
Eles chegaram a um consenso empurrados pela principal figura do partido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), que pediu, "uma estratégia para o amanhã".
Pesquisa divulgada pelo ""The Wall Street Journal" mostrou que 57% dos americanos vêem os democratas como os mais aptos na economia. Outros levantamentos revelam que, além do desemprego, preocupações com o preço de planos de saúde e a qualidade das escolas vêm ganhando terreno à medida que os atentados terroristas de 2001 vão ficando para trás.
Os democratas, porém, mantêm ênfase na segurança interna. Embora a gestão Bush esteja dominada pelo assunto, seus adversários chegam a dizer que o presidente é ""leniente" com o tema.
Ainda como reforço, é provável que os democratas contem, desta vez, com o apoio do Partido Verde americano. Se os verdes de Ralph Nader tivessem se posicionado logo de saída ao lado de Al Gore em 2000, provavelmente Bush não seria hoje presidente.

Hillary
A ex-primeira dama dos EUA e atual senadora por Nova York, Hillary Rodham Clinton, afirmou ontem que não pretende se candidatar à Presidência em 2008.


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