São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Agora isolado, templo já foi aliado do poder

DA REDAÇÃO

Foco do impasse atual entre radicais islâmicos e a ditadura militar paquistanesa, a controvertida Mesquita Vermelha, localizada no centro da capital, Islamabad, foi durante anos conhecida por sua proximidade com as elites do país, incluindo primeiros-ministros, presidentes e comandantes do Exército.
Nos anos 80, enquanto combatentes islâmicos lutavam contra os soviéticos no Afeganistão e a militância era bem vista no mundo muçulmano, o líder da mesquita na época, Maulana Abdullah, pregava abertamente a jihad (guerra santa). Abdullah era próximo do general Mohammad Zia-ul-Haq, o ditador que mais tempo ficou no poder no país (1977-1988).
A Mesquita Vermelha fica perto do quartel-general do ISI, serviço de inteligência do Paquistão, que ajudou a financiar e treinar os combatentes islâmicos no Afeganistão contra os soviéticos. Muitos dos agentes do ISI ainda freqüentam a mesquita, que nos últimos anos virou um centro de ensino radical do islamismo e abriga milhares de estudantes do sexo masculino e feminino em vários seminários.
Maulana Abdullah foi assassinado dentro da mesquita no fim dos anos 90. Desde então, o complexo passou a ser administrado por seus filhos, Maulana Abdul Aziz e Abdul Rashid Ghazi. Antes do 11 de Setembro, os irmãos não escondiam as ligações com militantes da Al Qaeda, como Osama Bin Laden.
Não à toa, o general Pervez Musharraf, ditador que preside o país, se sente ameaçado pelos radicais, que pregam abertamente contra seu poder militar e laico.


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