|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Agora isolado, templo já foi aliado do poder
DA REDAÇÃO
Foco do impasse atual entre radicais islâmicos e a ditadura militar paquistanesa,
a controvertida Mesquita
Vermelha, localizada no centro da capital, Islamabad, foi
durante anos conhecida por
sua proximidade com as elites do país, incluindo primeiros-ministros, presidentes e
comandantes do Exército.
Nos anos 80, enquanto
combatentes islâmicos lutavam contra os soviéticos no
Afeganistão e a militância
era bem vista no mundo muçulmano, o líder da mesquita
na época, Maulana Abdullah,
pregava abertamente a jihad
(guerra santa). Abdullah era
próximo do general Mohammad Zia-ul-Haq, o ditador
que mais tempo ficou no poder no país (1977-1988).
A Mesquita Vermelha fica
perto do quartel-general do
ISI, serviço de inteligência
do Paquistão, que ajudou a financiar e treinar os combatentes islâmicos no Afeganistão contra os soviéticos.
Muitos dos agentes do ISI
ainda freqüentam a mesquita, que nos últimos anos virou um centro de ensino radical do islamismo e abriga
milhares de estudantes do
sexo masculino e feminino
em vários seminários.
Maulana Abdullah foi assassinado dentro da mesquita no fim dos anos 90. Desde
então, o complexo passou a
ser administrado por seus filhos, Maulana Abdul Aziz e
Abdul Rashid Ghazi. Antes
do 11 de Setembro, os irmãos
não escondiam as ligações
com militantes da Al Qaeda,
como Osama Bin Laden.
Não à toa, o general Pervez
Musharraf, ditador que preside o país, se sente ameaçado pelos radicais, que pregam abertamente contra seu
poder militar e laico.
Texto Anterior: Paquistão dá ultimato a rebeldes entrincheirados Próximo Texto: França: Sarkozy suprime perdão em massa a presos no 14 de Julho Índice
|