São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2011

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Cresce isolamento da Síria entre a comunidade árabe

A exemplo de Arábia Saudita, Kuait e Bahrein convocam seus embaixadores

Brasil, Índia e África do Sul insistem no diálogo como solução e enviam missão que se reúne amanhã em Damasco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Enquanto Brasil, Índia e África do Sul investem na via diplomática para tentar convencer o regime de Bashar Assad a cessar a violência contra os manifestantes, mais dois países árabes -Kuait e Bahrein- se uniram à Arábia Saudita e convocaram ontem seus embaixadores em Damasco para consultas, aumentando o isolamento sírio.
A decisão foi anunciada após a Liga Árabe, pela primeira vez, condenar publicamente a repressão do ditador contra os opositores.
Os Estados Unidos saudaram a posição da Liga Árabe. "Estamos mais motivados pela firme postura que vimos neste fim de semana por parte da Liga Árabe e do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG)", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Mark Toner.
Para os EUA, isso demonstra novos sinais de rejeição da comunidade internacional à "brutalidade" de Assad.
Entretanto, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, deixou claro que a entidade usará de persuasão, e não de "medidas drásticas", para pressionar pelo fim da violência na Síria.

REUNIÃO CONJUNTA
Os representantes de Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) chegam hoje a Damasco e se reúnem amanhã de manhã. Os diplomatas entregarão um documento conjunto ao chanceler sírio, Walid Muallem, pedindo "comedimento, o fim da violência e o avanço das reformas". O subsecretário-geral para Oriente Médio do Itamaraty, Paulo Cordeiro, representará o governo brasileiro na missão.
A Turquia, aliada da Síria, anunciou que mandará também seu chanceler a Damasco para enviar mensagem contra a violência do regime.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff disse que "o uso da força deve ser sempre o último recurso" para solucionar a crise sobre os países árabes. "E sua autorização [da força] deve se apoiar em consenso internacional, plural e representativo", afirmou, após receber o premiê do Canadá, Stephen Harper, em Brasília.
Em meio à dura repressão aos protestos, Assad nomeou ontem o general Dawoud Rajha como novo ministro da Defesa. Rajha era chefe do Exército e substituiu o general Ali Habib, que teria saído por problemas de saúde.


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