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ÁSIA
Evento deve ratificar Hu Jintao como sucessor do presidente
No Congresso do PC chinês, Jiang mistura Mao, Marx e capitalismo
DA REDAÇÃO
O presidente da China, Jiang
Zemin, abriu ontem o 16º Congresso do Partido Comunista da
China (PC), que deve escolher seu
sucessor, citando Mao Tsé-tung
(líder da revolução comunista de
1949) e reforçando o papel dirigente da agremiação, mas prometendo abri-la a "empresários capitalistas e profissionais liberais".
"O desenvolvimento econômico e social é a prioridade do partido. Se queremos reforçar o socialismo com características chinesas, devemos avançar com os
tempos e integrar as novas classes
sociais", afirmou Jiang para os
2.114 delegados presentes na
abertura do Congresso em Pequim, que vai até o dia 14.
A inclusão de "capitalistas" nas
fileiras do PC é considerada pelos
analistas uma "manobra de sobrevivência" do partido, que
acompanha a política de abertura
econômica gradual do país. "Os
empresários empreendedores
que conseguem suas fortunas
com seu próprio esforço devem
ser admirados por nossa sociedade. Esse fato não muda a natureza
do PC, que seguirá se sustentando
com camponeses, operários e intelectuais", disse Jiang, 76, que
passará o cargo a Hu Jintao, 59.
Tendo ao fundo 14 bandeiras
vermelhas com a foice e o martelo, Jiang disse que a China precisa
de um "socialismo avançado",
baseado na tecnologia de ponta,
para construir uma "sociedade
moderna sob a orientação ideológica de Karl Marx, Mao Tsé-tung
e Deng Xiaoping [líder chinês entre 1976 e 1989, que iniciou, em
1978, as reformas pró-mercado"".
"O desenvolvimento de uma
economia de mercado sob as condições do socialismo tem sido
uma façanha sem paralelo na história. É uma contribuição histórica que os comunistas chineses estão dando ao desenvolvimento do
marxismo", afirmou Jiang.
Segundo ele, a meta é quadruplicar o Produto Interno Bruto do
país até 2020. "O poder global do
Estado e a competitividade internacional serão reforçados de forma sensível, a industrialização terá sido praticamente finalizada e
se terá instalado um regime aperfeiçoado de economia socialista
de mercado e um sistema econômico mais dinâmico."
Taiwan
Durante seu discurso, Jiang
também apelou pela reunificação
de China e Taiwan. "Após a reunificação, Taiwan pode manter seu
sistema social existente sem alterações e ter um alto grau de autonomia", disse. "Nossa posição de
nunca renunciar ao uso da força
não é dirigida aos nossos compatriotas de Taiwan. É voltada para
as tentativas de forças externas de
interferir na reunificação da China e aos esquemas das forças separatistas taiwanesas para a independência de Taiwan", afirmou.
Taiwan rechaçou a proposta para a retomada do diálogo com a
prévia reunificação e criticou a
posição de não abdicar do uso da
força contra a independência da
ilha capitalista, considerada por
Pequim uma "Província rebelde".
Com agências internacionais
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