São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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Menem será investigado no caso da Amia

DE BUENOS AIRES

A Justiça suíça vai acatar os pedidos de juízes argentinos e instaurará uma investigação sobre as denúncias de que o o ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) recebeu US$ 10 milhões de suborno para abafar supostas ligações do Irã com um atentado contra a Amia, um centro judaico de Buenos Aires, em 1994. Morreram 85 pessoas na ação.
Menem, que é pré-candidato à Presidência pelo PJ (Partido Justicialista), nega a acusação. Ele disse que vai processar o jornal americano "The New York Times", o primeiro a publicar a informação, assim como o ex-agente iraniano que fez as denúncias ao diário.
A juíza Christine Junod, de Genebra, disse que a "Argentina alega que Menem recebeu dinheiro para orientar a investigação [sobre o atentado] de alguma forma". Menem também é acusado de ter desviado recursos públicos com a venda ilegal de armas para a Croácia e o Equador.
O ex-presidente já havia admitido que tinha uma conta em um banco suíço. Os recursos (cerca de US$ 600 mil, segundo ele) seriam provenientes de um processo que ele teria movido contra o Estado argentino nos anos 80.
Menem nunca declarou esses recursos e é acusado de omissão. A Justiça suíça, no entanto, não vai investigar esse depósito, mas sim a existência de contas onde estariam depositados mais de US$ 15 milhões, em nome de Menem e antigos assessores.
(MARCELO BILLI)


Com agências internacionais



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