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MULTIMÍDIA
"LE MONDE"
Villepin mostra não ter fibra de estadista
DA REDAÇÃO
O jornal francês "Le Monde",
em editorial assinado por seu diretor, Jean-Marie Colombani,
afirma que "a defesa da lei republicana é a missão primordial de
um governo" e que, diante da onda de revoltas que se espalha pelo
país, "políticos, moradores, bombeiros e a polícia agiram com uma
calma exemplar".
Mas o primeiro-ministro Dominique de Villepin, ao contrário,
parece ter "perdido seu sangue
frio" diante da situação, afirma o
texto. Isso porque a decretação do
estado de emergência foi a restauração de "uma legislação dos tempos de exceção", da época da
guerra de independência da Argélia, "um dos piores momentos da
nossa vida republicana", diz o "Le
Monde". O que evidencia, para o
jornal francês, que o primeiro-ministro não está "à altura de um
estadista".
A "exumação de uma legislação
de 1955", afirma o texto do diretor
do jornal, consiste em "enviar aos
jovens dos subúrbios uma mensagem de uma brutalidade incomensurável: 50 anos depois, a
França os quer tratar como tratou
seus avós".
Colombani conclui o editorial
dizendo que Villepin tem de se
lembrar de que "essa engrenagem
de incompreensão e destempero
marcial" foi responsável pelos
piores momentos da República
Francesa.
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