São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Adel al Zubeidi representava o ex-vice-presidente Taha Yassin Ramadan; defesa pede que corte seja transferida

Segundo advogado do caso Saddam é morto

DA REDAÇÃO

Um advogado da equipe que defende Saddam Hussein e mais sete réus foi morto ontem, e um outro foi ferido, no segundo atentado fatal contra representantes do ex-ditador iraquiano.
Adel al Zubeidi, representante do ex-vice-presidente Taha Yassin Ramadan, foi morto a tiros por três homens que dispararam de um carro em movimento e fugiram. A emboscada aconteceu quando ele passava de carro pelo bairro de Adil (Bagdá), às 12h45.
Dias atrás, Zubeidi dissera a amigos que temia por sua vida. Seu acompanhante, Thamir al Khuzaie, representante do ex-chefe da polícia secreta e meio-irmão de Saddam, Barazan Ibrahim Hassan al Tikriti, foi ferido.
O assassinato alimenta as dúvidas de que o julgamento prossiga no Iraque. Os procedimentos começaram em 19 de outubro, mas, após poucas horas, foram suspensos até 28 de novembro porque várias testemunhas faltaram à audiência por medo. Saddam e seus sete aliados estão sendo julgados pela morte de 143 xiitas em Dujail, ao norte de Bagdá, em 1982. O caso, escolhido pela facilidade de reunir provas, é um dos mais brandos envolvendo o ex-ditador.
O principal advogado que representa Saddam, Khalil al Dulaimi, culpou o atual governo pelo assassinato de seu colega. À rede de TV de Qatar Al Jazira, ele afirmou que o ataque foi executado por "um grupo armado usando carros do governo" e pediu que o julgamento seja transferido para um país neutro. O governo negou ter participação no crime.
"O objetivo é assustar os advogados", disse Dulaimi. "Pedimos à comunidade internacional e ao secretário-geral da ONU que enviem uma equipe de investigação, pois a situação é insuportável."
No dia 20 de outubro, Saadoun al Janabi, que representava Awad Hamed al Bandar, chefe da Corte Revolucionária do governo de Saddam, foi seqüestrado em seu escritório e encontrado morto horas depois.

Ataque a civis
Também ontem, a rede italiana RAI exibiu um documentário em que acusa os EUA de terem usado indiscriminadamente bombas de pó fosforescente em uma ofensiva em 2004 em Fallujah, na mesma região. Os EUA afirmam que os artefatos serviam para localizar os inimigos, tornando-os brilhantes durante a noite. Mas, de acordo com relatos exibidos no programa -inclusive de um ex-marine-, acabaram atingindo civis e provocando queimaduras graves em mulheres e crianças.


Com agências internacionais

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