São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

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ISRAEL

Para o premiê, caso de doação ilegal é mentira trabalhista

Sharon se defende, mas juiz eleitoral interrompe o seu discurso na TV

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, concedeu ontem entrevista coletiva para se defender das denúncias de que teria recebido doação ilegal de campanha. O caso abala a imagem de seu partido, o Likud (centro-direita), às vésperas das eleições de 28 de janeiro.
A transmissão ao vivo na TV de seu pronunciamento foi interrompida no meio, por ordem de um juiz do Comitê Eleitoral Central, que considerou que o governante estava fazendo propaganda política não autorizada por lei.
Sharon acusou o Partido Trabalhista (centro-esquerda) de tentar derrubar o seu governo com mentiras. Atacou nominalmente o candidato trabalhista a premiê, Amram Mitzna. "Nunca imaginei que o comportamento do Partido Trabalhista seria tão irresponsável", disse. "Tentaram nos mostrar como uma máfia por razões políticas."
A imprensa do país revelou nesta semana que o premiê recebeu empréstimo de US$ 1,5 milhão de um empresário sul-africano. O dinheiro teria sido usado na devolução de verbas recebidas ilegalmente para a sua campanha pela liderança do Likud, em 1999.
Sharon disse que um de seus filhos possui documentos que comprovam que as transações foram feitas legalmente.
A Suprema Corte de Israel anulou ontem uma decisão do Comitê Eleitoral que havia proibido dois deputados árabes israelenses de concorrer à reeleição. Com a resolução, Ahmed Tibi e Azmi Bishara poderão disputar o pleito normalmente. O partido árabe Balad ganhou o direito a apresentar sua lista de candidatos.
Tibi e Bishara haviam sido suspensos após defenderem o levante palestino (Intifada) e por terem questionado o caráter judaico do Estado de Israel. A decisão pode acalmar as tensas relações entre a maioria judaica e os cerca de 1,2 milhão de árabes do país.


Com agências internacionais


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