São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2009

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Câmara de Illinois vota para remover governador

DE NOVA YORK

Em votação histórica, a Câmara dos Deputados de Illinois aprovou ontem, por 114 votos a 1, o impeachment do governador Rod Blagojevich, acusado de tentar "leiloar" a vaga do presidente eleito, Barack Obama, no Senado dos EUA. O processo segue agora para o Senado estadual, que na próxima semana dará início a uma espécie de julgamento do governador.
É a primeira vez nos 190 anos de história do Estado que um governador sofre impeachment, apesar da reputação de corrupção da política local.
Em entrevista coletiva após a votação, Blagojevich não deu sinais de que desistirá do cargo. Ele disse que o impeachment na Câmara já era esperado e faz parte de uma batalha antiga contra suas políticas. Com discurso que TVs americanas disseram ter saído de "um universo paralelo", o governador listou o que vê como conquistas sociais de seu governo e disse "ter confiança de que será propriamente inocentado".
Blagojevich chegou a ser preso por algumas horas em 9 de dezembro último. Segundo acusação da Promotoria federal, ele tramou para obter vantagens com seu poder legal para apontar o substituto de Obama. Foram gravadas conversas telefônicas em que ele discute o que poderia receber em troca da nomeação, como contribuições de campanha.
O governador nega, mas não explicou as acusações nem depôs à Câmara. Apesar de sua resistência, os membros da Casa esperavam que o impeachment encorajasse Blagojevich a renunciar para evitar o julgamento no Senado. "É nosso dever arrumar essa bagunça e pôr fim ao show de horrores que se tornou o governo de Illinois", disse o deputado Jack Franks, que é democrata como o governador e votou pelo impeachment.
No Senado, são necessários 40 de 59 votos pelo impeachment. A expectativa é que o julgamento dure três semanas.
Enquanto isso, o indicado pelo governador para a vaga de Obama no Senado, Roland Burris, avança nas negociações com a Casa para ser aprovado. Burris, que não está diretamente envolvido no escândalo, tentou participar da cerimônia de posse na terça, mas acabou barrado. Legisladores democratas haviam advertido anteriormente que não aceitariam uma nomeação de Blagojevich.
Na quarta, porém, o líder democrata na Casa, Harry Reid, recuou e disse que, se Burris conseguir cumprir as regras para validar legalmente a nomeação, poderá ser aceito. (AM)


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