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Câmara de Illinois vota para remover governador
DE NOVA YORK
Em votação histórica, a Câmara dos Deputados de Illinois
aprovou ontem, por 114 votos a
1, o impeachment do governador Rod Blagojevich, acusado
de tentar "leiloar" a vaga do
presidente eleito, Barack Obama, no Senado dos EUA. O processo segue agora para o Senado estadual, que na próxima semana dará início a uma espécie
de julgamento do governador.
É a primeira vez nos 190 anos
de história do Estado que um
governador sofre impeachment, apesar da reputação de
corrupção da política local.
Em entrevista coletiva após a
votação, Blagojevich não deu
sinais de que desistirá do cargo.
Ele disse que o impeachment
na Câmara já era esperado e faz
parte de uma batalha antiga
contra suas políticas. Com discurso que TVs americanas disseram ter saído de "um universo paralelo", o governador listou o que vê como conquistas
sociais de seu governo e disse
"ter confiança de que será propriamente inocentado".
Blagojevich chegou a ser preso por algumas horas em 9 de
dezembro último. Segundo
acusação da Promotoria federal, ele tramou para obter vantagens com seu poder legal para
apontar o substituto de Obama.
Foram gravadas conversas telefônicas em que ele discute o
que poderia receber em troca
da nomeação, como contribuições de campanha.
O governador nega, mas não
explicou as acusações nem depôs à Câmara. Apesar de sua resistência, os membros da Casa
esperavam que o impeachment
encorajasse Blagojevich a renunciar para evitar o julgamento no Senado. "É nosso dever
arrumar essa bagunça e pôr fim
ao show de horrores que se tornou o governo de Illinois", disse o deputado Jack Franks, que
é democrata como o governador e votou pelo impeachment.
No Senado, são necessários
40 de 59 votos pelo impeachment. A expectativa é que o julgamento dure três semanas.
Enquanto isso, o indicado
pelo governador para a vaga de
Obama no Senado, Roland Burris, avança nas negociações
com a Casa para ser aprovado.
Burris, que não está diretamente envolvido no escândalo, tentou participar da cerimônia de
posse na terça, mas acabou barrado. Legisladores democratas
haviam advertido anteriormente que não aceitariam uma
nomeação de Blagojevich.
Na quarta, porém, o líder democrata na Casa, Harry Reid,
recuou e disse que, se Burris
conseguir cumprir as regras para validar legalmente a nomeação, poderá ser aceito.
(AM)
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