|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÚPULA DOS RICOS
G8 lança iniciativa que visa promover reformas econômicas e políticas no Oriente Médio e em regiões adjacentes
Bush quer Otan no Iraque, Chirac discorda
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, propôs ontem, durante
o encontro do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do planeta e a Rússia) que
ocorre em Sea Island, nos EUA,
que a Otan tenha um papel na reconstrução do Iraque.
Mas o principal opositor à guerra, o presidente francês, Jacques
Chirac, disse que a aliança militar
ocidental não tem nenhum papel
a desempenhar no Iraque.
Fortalecido pela aprovação anteontem de uma nova resolução
do Conselho de Segurança da
ONU sobre o Iraque, Bush e seu
principal aliado na guerra, o premiê britânico, Tony Blair, debateram, durante o café da manhã, a
possibilidade de soldados da Otan
participarem do treinamento de
forças de segurança iraquianas.
"Acreditamos que a Otan deva
estar envolvida nos esforços no
Iraque. Obviamente, haverá limitações. Muitos países da Otan não
estão em condições de enviar soldados", afirmou Bush.
Mas Chirac disse não acreditar
que uma intervenção no Iraque
seja uma "missão" para a Otan.
"Também não creio que isso venha a ser relevante para o país ou
compreendido corretamente pelos iraquianos", afirmou Chirac,
acrescentando que estará disposto a discutir o tema se o novo governo iraquiano vier a pedir uma
intervenção da aliança militar.
O presidente francês e o chanceler (premiê) alemão, Gerhard
Schröder, que também se opôs à
invasão do Iraque no ano passado, disseram, porém, que o ambiente na cúpula é muito bom.
"Houve uma mudança considerável na política externa americana", afirmou Schröder.
Funcionários graduados do governo dos EUA disseram que a
reunião entre Schröder e Bush,
ocorrida anteontem, foi a mais
amistosa em mais de um ano.
Oriente Médio
Bush busca o apoio dos outros
líderes do G8 a uma iniciativa que
visa promover reformas econômicas e políticas no Oriente Médio e em regiões adjacentes. Ele
chamou os líderes do Afeganistão, do Bahrein, da Jordânia, da
Tunísia, da Turquia e do Iêmen
para participar do encontro. Os líderes do Egito e da Arábia Saudita
não aceitaram o convite.
No lançamento da iniciativa, os
membros do G8 ressaltaram a necessidade de resolver o conflito
árabe-israelense. Em texto oficial,
eles disseram que "a resolução de
disputas longas e amargas, especialmente do conflito israelo-palestino, é importante para o progresso na região". A menção a esse conflito foi uma exigência de
países árabes.
Porém, segundo o comunicado
oficial, "conflitos regionais não
podem ser um obstáculo para as
reformas". "Na verdade, as reformas podem representar uma importante contribuição para sua
resolução", disse o texto.
Mas Chirac afirmou que a democracia não pode ser imposta e
que a resolução dos conflitos no
Oriente Médio tem de ser prioritária. Segundo ele, o Oriente Médio não precisa de "missionários
da democracia". "Há o risco de
alimentar o extremismo e de cair
na armadilha fatal do choque de
civilizações. Isso é exatamente o
que queremos evitar", disse.
O G8 concordou em que representantes dos EUA, da União Européia, da Rússia e da ONU busquem dar alento às negociações
entre Israel e palestinos. O grupo
aprovou também um plano para
combater a disseminação de armas de destruição em massa.
Com agências internacionais
Texto Anterior: ONU descobre peças de mísseis iraquianos Próximo Texto: Chirac critica ausência de Lula na cúpula do G8 Índice
|