Pesquisas indicam ampla vitória da direita na votação para a Assembléia Nacional

Presidente se aproveita de popularidade em alta e agenda movimentada, que contrasta com imobilismo dos últimos anos de Chirac

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A França vota hoje em primeiro turno para a renovação das 577 cadeiras da Assembléia Nacional, a Câmara dos Deputados. O segundo turno, dentro de uma semana, deverá marcar uma expressiva "maré azul", designação das irretorquíveis vitórias eleitorais do bloco de centro-direita.
A eleição ampliará os resultados das urnas de 6 de maio, com a eleição à Presidência de Nicolas Sarkozy. Seu partido, a UMP (União por um Movimento Popular) deverá conseguir hoje entre 41% e 43% dos votos, segundo quatro institutos de pesquisa. Com um pouco menos que isso, 40%, a conservadora UMP já elegeria de 365 a 415 deputados e teria no mínimo 63% das cadeiras.
A "maré azul" mais avassaladora aconteceu em 1968, quando, em resposta às barricadas estudantis e às greves, o bloco conservador elegeu 71% dos deputados.
Já a mais forte "maré rosa" (vitória das esquerdas) ocorreu em 1981, com 76% das cadeiras na Assembléia.
Em 2002, com as últimas legislativas, logo após a reeleição do presidente Jacques Chirac, a UMP recebeu 33% dos votos no primeiro turno e elegeu, no segundo, 351 deputados.

Comunistas em risco
O Partido Socialista, principal força da oposição, deverá oscilar entre 27% e 30% das cadeiras, ou em torno de 140.
Os comunistas, que variam entre 3% e 4,5% das intenções, correm o risco de não eleger 20 deputados necessários para a formação de uma bancada.
A esquerda ainda sofre os efeitos da ressaca da derrota de sua candidata presidencial, a socialista Ségolène Royal.


Texto Anterior: Artigo: Oposição quer impor a ditadura da mídia
Próximo Texto: Presidente se impõe pelo estilo hiperativo
Índice