São Paulo, quarta, 10 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lampreia se reúne com ministros do G-8

ISABEL VERSIANI
de Londres

O chanceler brasileiro, Luiz Felipe Lampreia, vai participar de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G-8 (sete países mais industrializados do mundo e Rússia) em Londres, na próxima sexta-feira, para discutir o quadro internacional criado pela realização dos testes nucleares na Índia e no Paquistão.
O convite a Lampreia foi feito pela chancelaria britânica, em nome do G-8. Também foram chamados os ministros das Relações Exteriores de China, Argentina, África do Sul, Ucrânia e Filipinas.
De acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, o objetivo do encontro é retomar a discussão internacional sobre a questão nuclear do ponto em que ela foi deixada na última quinta-feira, quando representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reuniram em Genebra.
Na ocasião, Reino Unido, Estados Unidos, China, Rússia e França fizeram um apelo para que Índia e Paquistão aceitassem aderir aos tratados de não-proliferação nuclear.
Os membros do Conselho de Segurança também insistiram para que Índia e Paquistão destruíssem suas armas. Os dois países realizaram juntos 11 testes nucleares, sendo seis do Paquistão.
Brasil, Argentina e África do Sul foram chamados para a reunião porque são considerados exemplos de países que optaram por não desenvolver armas nucleares, apesar de terem a tecnologia.
A Ucrânia, que está desmantelando as armas nucleares que herdou da ex-União Soviética, também foi considerada um interlocutor importante. As Filipinas foram convidadas na condição de presidente da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático).
Em mais um esforço internacional para deter a corrida armamentista na Ásia, o Brasil e outros sete países divulgaram ontem uma resolução conjunta incitando todos os Estados que tenham armas nucleares a se desmilitarizarem.
Irlanda, Suécia, África do Sul, México, Eslovênia, Egito e Nova Zelândia, além do Brasil, afirmaram que a "preparação para a era pós-nuclear deve começar agora".



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.