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Impasse entre EUA e França bloqueia ONU
DA REDAÇÃO
Emperraram ontem as negociações na ONU em busca
de uma resolução do Conselho de Segurança que interrompa de imediato os combates no sul do Líbano.
O impasse nasceu de novas
-e mais agudas- divergências entre os EUA, que levam
em conta os interesses de Israel, e a França, que insiste
em incorporar as reivindicações de Beirute sobre a retirada das tropas israelenses
do solo libanês.
O subsecretário de Estado
americano, David Welch, entregou em Beirute ao premiê
do Líbano, Fouad Siniora,
mensagem do governo israelense dizendo não aceitar
que, no quadro de uma solução, o sul do país seja ocupado por 15 mil soldados das
forças regulares libanesas.
Anteontem, o primeiro-ministro israelense, Ehud
Olmert, qualificara essa hipótese de "interessante".
O subsecretário Welch
também se avistou em Beirute com Nabih Berri, presidente do Parlamento libanês
e influente líder xiita próximo ao Hizbollah. Berri reagiu com sarcasmo ao emissário americano. "Ele é um hábil embelezador de um horrível [projeto de] resolução",
afirmou.
Com o impasse, a França
decidiu pela primeira vez
pressionar publicamente os
Estados Unidos. O presidente Jacques Chirac declarou
que a inexistência de uma resolução pelo cessar-fogo perpetuaria "uma situação imoral" e advertiu implicitamente o governo americano de
que poderia apresentar um
texto isoladamente.
O jornal "The Washington
Post" diz que a França teme a
implosão do governo do Líbano, caso nada seja feito para lhe dar alguma satisfação.
Isso, dizem observadores,
criaria um vazio de poder,
com o inevitável crescimento do Hizbollah. Ou seja, um
efeito oposto ao desejado por
americanos e israelenses.
Além disso, afirma o jornal
britânico "The Independent", a situação de virtual
ruptura no Conselho de Segurança compromete a reputação das próprias Nações
Unidas como foro internacional para a solução de conflitos. "Ninguém, dentro da
ONU, era capaz de prever,
ontem à noite, se americanos
e franceses superariam suas
divergências ou em quanto
tempo isso acontecerá", diz.
Os embaixadores John
Bolton (EUA) e Jean-Marc
de La Sablière (França) passaram o dia reunidos a portas
fechadas. Bolton disse que
"nossos objetivos continuam
semelhantes, já que não queremos o retorno à situação
anterior", quando o Hizbollah usava bases no sul do Líbano para atacar Israel.
Em provável esforço para
não se dissociar um pouco de
Israel, os EUA ontem disseram ter recomendado a seus
aliados "extremo cuidado"
com a morte de civis. O comentário, de Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado, referia-se à
decisão do governo israelense de ampliar a invasão do
território libanês.
Com agências internacionais
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