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PDVSA não explica e acusa oposição a Chávez
FABIANO MAISONNAVE
EM CORO (VENEZUELA)
Em vez de explicar por que
altos funcionários da PDVSA
teriam convidado um empresário carregando US$ 790,5 mil
para viajar a Buenos Aires, porta-vozes do governo Hugo Chávez acusaram a "imprensa privada" de usar a apreensão para
provocar uma nova "escalada
desestabilizadora".
O vice-presidente Jorge Rodríguez disse que o escândalo é
uma "cortina de fumaça".
"Simplesmente, é uma estupidez. É uma imbecilidade que,
como sempre, o que tenta é
enlamear o que não pode ser
enlameado (...) Cada vez que o
presidente Chávez viaja, o que
faz é afiançar ainda mais os laços entre os nossos povos."
Ontem, o governo argentino
culpou os funcionários da
PDVSA pelo escândalo da mala.
Disse que os executivos presentes no vôo "abusaram da boa-fé
dos funcionários argentinos".
No final do dia, a estatal venezuelana divulgou uma nota
assinada pela Frente Socialista
de Trabalhadores Petroleiros
na qual, em vez de explicar o
envolvimento de seus funcionários, disse que "setores recalcitrantes da oposição venezuelana embarcam numa nova escalada desestabilizadora contra
o projeto bolivariano".
O procurador-geral da República, Isaías Rodríguez, que já
foi vice-presidente de Chávez,
disse que, por ora, não há motivo para abrir uma investigação
e que esperaria as decisões da
Justiça argentina.
A Venezuela tem uma rígida
legislação de controle cambial,
implantada pelo próprio Chávez. Segundo a lei, qualquer
compra de dólares tem de ser
autorizada e é obrigatório registrar a saída do país de valores superiores a US$ 10 mil.
O escândalo originado em
Buenos Aires foi o principal assunto da imprensa venezuelana ontem. A TV oposicionista
Globovisión chegou a exibir
nos intervalos pequenos anúncios ironizando a apreensão.
Terceira parada: Equador
O caso da mala, aparentemente, não atrapalhou a seqüência da turnê de Chávez pela região. Após deixar o Uruguai, elogiadíssimo pelo presidente Tabaré Vázquez ("Que
povo, que governo, que presidente pode ter mais generosidade?"), Chávez foi ao Equador, do aliado esquerdista Rafael Correa.
Correa e o venezuelano apareceram juntos ontem, braços
dados ao alto, na sacada da sede
do governo, em Quito. Enquanto a oposição acusava o governo
de criar "dependência" em relação a Caracas, PDVSA e a estatal Petroecuador, no principal anúncio do dia, assinaram
um acordo para a construção
de uma refinaria avaliada em
US$ 5 bilhões e capacidade de
processar 300 mil barris/dia, "a
maior da costa do Pacífico".
Um grupo técnico bilateral
foi criado, e o governo equatoriano deixou claro que, além da
PDVSA, "outras estatais da região" podem participar da refinaria. Chávez chegaria ontem à
Bolívia, onde estaria também o
argentino Néstor Kirchner.
Com agências internacionais
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