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Governo paquistanês recua e descarta possibilidade de estado de emergência
DA REDAÇÃO
O governo do Paquistão disse
ontem que a possibilidade de
decretar estado de emergência,
levantada poucas horas antes
pelo seu próprio porta-voz, está
descartada. A decisão foi tomada após críticas internas e conversa, por telefone, entre o ditador Pervez Musharraf e a secretária de Estado americana,
Condoleezza Rice.
Sob estado de emergência,
Musharraf, que enfrenta grave
crise interna, poderia adiar as
eleições de outubro. É provável, porém, que a situação inviabilizasse a aliança com os
EUA. Washington tem dificuldades para conciliar o governo
do general, que chegou ao poder por meio de um golpe em
1999, com a agenda democrática que oficialmente defende.
Coagido a cooperar de modo
mais intenso com Washington
na chamada "guerra ao terror",
Musharraf deixou claro que
não suporta mais pressão. Ontem, o general faltou a um encontro com o presidente afegão
e 600 líderes tribais em Cabul,
no vizinho Afeganistão.
Ao calvário político do general -confronto com radicais islâmicos, derrota na Suprema
Corte e oposição democrática
interna- soma-se o "fogo amigo" de seu principal aliado. Na
semana passada, Bush ecoou a
ameaça de ação unilateral para
combater a Al Qaeda e o Taleban no território paquistanês
feita pelo pré-candidato democrata Barack Obama.
Ontem, Bush pediu que o general paquistanês convoque
eleições livres. Embora continue a considerá-lo um aliado
importante, os cenários apocalípticos antes traçados para um
período pós-Musharraf parecem improváveis. Segundo o
cientista político Rasul Rais, da
Universidade de Lahore, o próximo governo deve ser composto por alianças e dificilmente
representará mudanças radicais na política externa do país.
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