São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2007

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Governo paquistanês recua e descarta possibilidade de estado de emergência

DA REDAÇÃO

O governo do Paquistão disse ontem que a possibilidade de decretar estado de emergência, levantada poucas horas antes pelo seu próprio porta-voz, está descartada. A decisão foi tomada após críticas internas e conversa, por telefone, entre o ditador Pervez Musharraf e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
Sob estado de emergência, Musharraf, que enfrenta grave crise interna, poderia adiar as eleições de outubro. É provável, porém, que a situação inviabilizasse a aliança com os EUA. Washington tem dificuldades para conciliar o governo do general, que chegou ao poder por meio de um golpe em 1999, com a agenda democrática que oficialmente defende.
Coagido a cooperar de modo mais intenso com Washington na chamada "guerra ao terror", Musharraf deixou claro que não suporta mais pressão. Ontem, o general faltou a um encontro com o presidente afegão e 600 líderes tribais em Cabul, no vizinho Afeganistão.
Ao calvário político do general -confronto com radicais islâmicos, derrota na Suprema Corte e oposição democrática interna- soma-se o "fogo amigo" de seu principal aliado. Na semana passada, Bush ecoou a ameaça de ação unilateral para combater a Al Qaeda e o Taleban no território paquistanês feita pelo pré-candidato democrata Barack Obama.
Ontem, Bush pediu que o general paquistanês convoque eleições livres. Embora continue a considerá-lo um aliado importante, os cenários apocalípticos antes traçados para um período pós-Musharraf parecem improváveis. Segundo o cientista político Rasul Rais, da Universidade de Lahore, o próximo governo deve ser composto por alianças e dificilmente representará mudanças radicais na política externa do país.


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