São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Polícia de Israel prende grupo neonazista

Imigrantes da antiga União Soviética, jovens são acusado por ataques a judeus ortodoxos, homossexuais e viciados em drogas

Presos receberam cidadania israelense por força da lei que incentiva a imigração de estrangeiros com laços distantes com o judaísmo

France Presse
Foto divulgada pela polícia mostra os jovens em saudação nazista


DA REDAÇÃO

A polícia de Israel informou ter desmantelado um grupo de neonazistas acusados de violentos ataques racistas no país. A notícia chocou o país, criado em 1948 como o Estado judeu quando o mundo ainda estava abalado com a barbárie nazista. Os oito suspeitos, todos imigrantes da ex-União Soviética entre 16 e 21 anos, aparecem em vídeos chutando vítimas no chão, batendo na cabeça de um homem com uma garrafa e fazendo saudações nazistas.
A descoberta da célula nazista causou imensa revolta no país, onde ainda vivem sobreviventes do Holocausto, que matou seis milhões de judeus. O premiê Ehud Olmert reagiu com indignação. "Nós também, como sociedade, falhamos na educação desses jovens", disse.
Os suspeitos, que imigraram quando crianças, foram presos por ligação com pelo menos 15 ataques -que o grupo filmava- contra judeus ortodoxos, viciados em drogas, estrangeiros e homossexuais. Seis confessaram os crimes, segundo a polícia. Ataques racistas isolados ocorrem em Israel com certa freqüência, mas esta é a primeira célula neonazista descoberta no país.
Sob a Lei do Retorno, quem tem pai ou avô com origem judaica pode imigrar para Israel e receber cidadania.
Autoridades afirmam que a lei permitiu a imigração de estrangeiros com laços questionáveis com o judaísmo após o fim da União Soviética. Cerca de um milhão de habitantes da ex-URSS se mudaram para Israel desde os anos 1990, compondo parte significativa da população, hoje de sete milhões.
Todos os suspeitos têm origens judaicas distantes e não se identificam como judeus. Suas famílias fugiram das duras condições de vida na ex-URSS.
Segundo o diário "Haaretz", um dos vídeos mostra o grupo cercando um viciado em heroína, enquanto ele admite ser judeu. Os jovens então ordenam que ele se ajoelhe, implore por perdão por ser judeu e viciado, o espancam violentamente, assim como fazem com outro homem que tenta interceder.
Meir Shitrit, ministro do Interior, disse que os presos poderão ter a cidadania revogada. A Liga Antidifamação, ONG judaica dos EUA, afirmou que "a trágica ironia é que os acusados "seriam aniquilados pelos nazistas que imitam".

Ataque frustrado
O Exército de Israel prendeu ontem na Cisjordânia um jovem palestino com explosivos que supostamente seriam usados em um atentado em Tel Aviv. Segundo o Exército, o detido iria entregar os explosivos a terroristas em território israelense.


Com agências internacionais


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