São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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Coréia do Norte celebra data nacional sem Kim Jong-il

Fontes do serviço secreto dos EUA atribuem ausência inédita de ditador a doença

Regime é um dos mais fechados do mundo; última aparição do líder foi em 14 de agosto, e há relatos de desmaio e visitas médicas

DA REDAÇÃO

Com a habitual demonstração maciça de culto à personalidade de seu líder, a Coréia do Norte festejou ontem os 60 anos de sua fundação. Mas as celebrações tiveram uma escala menor do que a costumeira, e o ditador Kim Jong-il, 66, não compareceu, alimentando especulações sobre sua saúde.
É a primeira vez que Kim falta a um desfile desde que, em 1994, sucedeu a seu pai, Kim Il-sung, fundador da Coréia do Norte e até hoje idolatrado no país comunista.
Os EUA vêem na ausência corroboração da tese de que o ditador, famoso pelos excessos com a alimentação e o álcool, não tem condições de aparecer em público -a última vez foi em 14 de agosto. A inteligência americana levantou a possibilidade de que Kim tenha sofrido um derrame. Um diplomata norte-coreano no Japão negou.
Mas o governo da vizinha Coréia do Sul disse ter "quase certeza" que a saúde do ditador deteriorou-se, e o presidente Lee Myung-bak reuniu assessores para tratar do assunto.
Rumores sobre a saúde de líder norte-coreano começaram nas últimas semanas. Segundo a imprensa sul-coreana, Kim, que é diabético, teve um desmaio no mês passado. Também foi divulgado que médicos chineses visitaram Pyongyang em agosto para tratá-lo.
O regime norte-coreano é um dos mais sigilosos do mundo, e a informação sobre o que acontece no país costuma vir dos poucos e vigiados correspondentes estrangeiros ou da imprensa oficial local. Ontem a TV estatal mostrou a parada militar, na qual a principal autoridade era o número dois do regime, Kim Yonm-nam.
As especulações sobre a saúde do ditador ressuscitam o debate sobre a sua sucessão. Analistas vêem três possíveis cenários para a era pós-Kim: uma junta militar no poder, a subida ao cargo máximo do país do atual número dois ou a posse de um dos três filhos do ditador.
Diplomatas temem que uma eventual saída de cena de Kim torne ainda mais difíceis as negociações com o Ocidente para a suspensão do programa nuclear de Pyongyang, que testou uma bomba atômica em 2006. No ano seguinte, o ditador se comprometeu a desnuclearizar o país, mas o processo foi suspenso em agosto.


Com agências internacionais


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