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Coréia do Norte celebra data nacional sem Kim Jong-il
Fontes do serviço secreto dos EUA atribuem ausência inédita de ditador a doença
Regime é um dos mais fechados do mundo; última aparição do líder foi em 14 de agosto, e há relatos de desmaio e visitas médicas
DA REDAÇÃO
Com a habitual demonstração maciça de culto à personalidade de seu líder, a Coréia do
Norte festejou ontem os 60
anos de sua fundação. Mas as
celebrações tiveram uma escala menor do que a costumeira, e
o ditador Kim Jong-il, 66, não
compareceu, alimentando especulações sobre sua saúde.
É a primeira vez que Kim falta a um desfile desde que, em
1994, sucedeu a seu pai, Kim Il-sung, fundador da Coréia do
Norte e até hoje idolatrado no
país comunista.
Os EUA vêem na ausência
corroboração da tese de que o
ditador, famoso pelos excessos
com a alimentação e o álcool,
não tem condições de aparecer
em público -a última vez foi
em 14 de agosto. A inteligência
americana levantou a possibilidade de que Kim tenha sofrido
um derrame. Um diplomata
norte-coreano no Japão negou.
Mas o governo da vizinha Coréia do Sul disse ter "quase certeza" que a saúde do ditador deteriorou-se, e o presidente Lee
Myung-bak reuniu assessores
para tratar do assunto.
Rumores sobre a saúde de líder norte-coreano começaram
nas últimas semanas. Segundo
a imprensa sul-coreana, Kim,
que é diabético, teve um desmaio no mês passado. Também
foi divulgado que médicos chineses visitaram Pyongyang em
agosto para tratá-lo.
O regime norte-coreano é
um dos mais sigilosos do mundo, e a informação sobre o que
acontece no país costuma vir
dos poucos e vigiados correspondentes estrangeiros ou da
imprensa oficial local. Ontem a
TV estatal mostrou a parada
militar, na qual a principal autoridade era o número dois do
regime, Kim Yonm-nam.
As especulações sobre a saúde do ditador ressuscitam o debate sobre a sua sucessão. Analistas vêem três possíveis cenários para a era pós-Kim: uma
junta militar no poder, a subida
ao cargo máximo do país do
atual número dois ou a posse de
um dos três filhos do ditador.
Diplomatas temem que uma
eventual saída de cena de Kim
torne ainda mais difíceis as negociações com o Ocidente para
a suspensão do programa nuclear de Pyongyang, que testou
uma bomba atômica em 2006.
No ano seguinte, o ditador se
comprometeu a desnuclearizar
o país, mas o processo foi suspenso em agosto.
Com agências internacionais
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