São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2000

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Rússia negocia libertação de soldados

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Rússia manteve ontem conversações com autoridades sírias e libanesas para tentar arranjar uma troca de presos entre Israel e os guerrilheiros do Hizbollah, que sequestraram três soldados israelenses no sábado.
O grupo extremista islâmico quer que Israel liberte presos libaneses e palestinos em troca dos três soldados que sequestrou no sul do Líbano.
A ação do Hizbollah provocou a preocupação mundial de que a violência de Israel e dos territórios palestinos pudesse se estender ao Líbano e à Síria.
O premiê israelense, Ehud Barak, ameaçou tomar medidas enérgicas se Líbano e Síria não reprimissem os guerrilheiros. O Hizbollah, que é financiado pelo Irã, afirmou que retaliaria se Israel atacasse o território libanês.
O ministro das Relações Exteriores russo, Igor Ivanov, foi a Beirute (Líbano) -depois de ter visitado Damasco (Síria)- para conversar com o presidente libanês, Émile Lahoud.
Ele também se reuniu com o primeiro-ministro do país.
O Hizbollah informou que um alto funcionário russo encontraria ontem seu líder, Hassan Nasrallah, em Beirute.
Ivanov afirmou que Israel não mataria mais palestinos. Ele disse que Moscou tentava pôr fim à onda de violência na região, condição imposta por Barak para prosseguir com as negociações de paz.
"O objetivo de nossa visita é prevenir a escalada da tensão e amenizar a situação, de modo que seja reaberto o caminho para a retomada do processo de paz", declarou Ivanov depois de conversar com o presidente sírio.
O representante especial da ONU no Líbano, Rolf Knutsson, também disse que se sentia "otimista" depois de conversar com Nasrallah, e que uma solução rápida poderia ser atingida.
"Não posso dar mais nenhuma informação. Foi uma boa reunião. Um encontro frutífero", disse Knutsson a repórteres. Questionado sobre a chance de um desfecho rápido e positivo para o problema, afirmou: "Estou otimista".
Knutsson pedira, numa reunião no início do dia, em Beirute, que Lahoud enviasse mais soldados para a fronteira meridional do país para conter as tensões.


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