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ELEIÇÃO NOS EUA
Desempenho dos candidatos no 2º encontro foi equivalente, segundo pesquisa; analistas dizem que Bush foi melhor que no 1º evento
Bush e Kerry empatam no debate, diz Gallup
LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A ST. LOUIS
Os ânimos exaltados e a intensa
troca de acusações entre George
W. Bush e John Kerry durante o
debate da última sexta-feira na
Universidade Washington, em St.
Louis, podem ter impressionado
os eleitores, mas aparentemente
tiveram menos impacto sobre a
corrida eleitoral do que o confronto anterior, na Flórida.
Pesquisa instantânea feita após
o debate e divulgada ontem mostrou que os dois candidatos empataram em suas performances.
Segundo o levantamento do Gallup para a CNN e o jornal "USA
Today", 47% dos entrevistados
disseram que Kerry venceu o confronto, e 45%, que Bush ganhou.
A diferença está dentro da margem de erro de quatro pontos para mais ou para menos.
Pesquisa instantânea -menos
precisa- feita pela TV ABC durante o debate também mostrou
resultado apertado: 44% para
Kerry e 41% para Bush.
Entre os analistas, as opiniões
também se dividiram. No jornal
"New York Times", Todd Purdum considerou o democrata ligeiramente melhor e chamou
Bush de "estridente demais". Na
TV FOX, a performance de Bush
foi um pouco mais elogiada, enquanto o senador era criticado
pelo excesso de promessas.
Mas, se houve um consenso na
sala de imprensa montada na
Universidade Washington, onde
ficaram todos os jornalistas escalados para cobrir o debate, foi o de
que o desempenho do presidente
melhorou muito em relação à
atuação em Miami. O público
concorda. A Gallup mostrou que
53% acharam que Bush foi bem,
contra 37% no debate anterior.
O primeiro confronto foi vencido pelo democrata, que desde então subiu nas intenções de voto e
empatou, na maioria das pesquisas, com Bush. Mas com o segundo debate dividido, é uma incógnita se Kerry terá força para manter a trajetória e consolidar vantagem sobre o presidente. Com isso,
aumentam as expectativas para o
debate final, no próximo dia 13.
Ontem, os dois candidatos retomaram suas atividades de campanha, usando trechos do debate da
véspera para criticar o adversário.
Bush visitou Iowa e Minnesota, e
Kerry viajou para Ohio e passaria
pela Flórida, decisivos para o resultado da eleição de novembro.
"Ele disse com a cara limpa que
só teve uma posição sobre o Iraque", disse Bush em um café da
manhã com o secretário de Estado do Missouri. "Ele deve achar
que nós estávamos em outro planeta", disse o presidente, cujo foco do ataque é chamar o senador
de "vira-casaca". O democrata
acusa o republicano de viver "desconectado da realidade".
Os dois bordões foram explorados por assessores republicanos e
democratas, que passaram o debate todo distribuindo folhetos
coloridos aos jornalistas. Os republicanos foram mais insistentes:
foram 11 folhetos, a maioria com
supostas mudanças de opinião do
senador. A equipe de Kerry usou
o recurso quatro vezes, para esclarecer acusações feitas por Bush.
Brasileira na platéia
Além dos 140 eleitores indecisos
que preencheram a platéia especial do debate, encarregada das
perguntas, uma platéia maior
acompanhou o evento da arquibancada do ginásio, onde foi
montada a arena dos candidatos.
No meio desse segundo público,
a Folha localizou a brasileira Tatiana Pollo, que faz PhD em psicologia na universidade. "Foi uma
loteria. No último momento, uns
cem alunos souberam que entrariam", disse. Para ela, apesar das
restrições impostas aos alunos, o
esquema de segurança montado
tinha brechas. "Eu só tive de mostrar minha carteirinha da universidade uma vez, e mais nada."
Tatiana, de inclinação democrata, também achou que houve empate. "Acho que o Bush aprendeu
com o primeiro debate e conteve
mais suas reações", disse. "Mas o
Kerry tem mais presença de palco. O Bush parece desleixado."
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