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Atentado fere um após ação contra ETA
Segurança não corre risco; ataque em Bilbao ocorre depois de prisão de cúpula do braço político do grupo
DA REDAÇÃO
Um atentado a bomba feriu
gravemente ontem na cidade
de Bilbao, norte da Espanha, o
segurança de um vereador do
Partido Socialista Basco (PSE).
O artefato explodiu no carro do
segurança por volta das 13h30
(8h30 de Brasília), em uma
ação atribuída pelo governo autônomo basco ao grupo terrorista e separatista ETA. De férias, o vereador Juan Carlos
Domingo não estava no local.
O grupo não assumiu a autoria do ataque, mas houve relatos de ameaças após a detenção, na última quinta-feira, de
23 integrantes de seu braço político, o Batasuna -tornado ilegal em 2003. Destes, 17 pessoas,
membros do alto escalão do
partido, continuam presas.
Pernando Barrena, porta-voz
do Batasuna, havia acusado anteontem o governo do premiê
socialista José Luis Rodríguez
Zapatero de "apostar na abertura de um novo ciclo de violência". As prisões foram recebidas pelo partido como uma
"declaração de guerra".
"O ETA não impedirá que a
sociedade basca siga seu caminho", afirmou ao jornal espanhol "El País" Juan José Ibarretxe, chefe do governo autônomo basco, após a explosão.
Alerta
O atentado de ontem ocorreu
horas depois que o Ministério
do Interior anunciou o endurecimento de medidas de segurança antes de sexta-feira,
quando será celebrada a Festa
Nacional espanhola.
O guarda-costas Gabriel Ginés, 36, sofreu queimaduras e
está em estado grave, mas não
corre risco de morte. Ginés é
militante do partido de direita
PP, o maior de oposição na Espanha. A informação foi confirmada pelo líder do PP, Mariano
Rajoy, que tem em políticas antiterroristas e no rechaço a
qualquer negociação com o
ETA grandes bandeiras.
Para o ex-magistrado espanhol Esteban Sola, se o ataque
for mesmo uma reação do ETA,
este seria "um dos custos da democracia". "Não podemos deixar de combater o terrorismo
por medo de reações", afirmou
ele ontem à Folha em São Paulo, onde fez uma apresentação
sobre delitos do terrorismo no
seminário internacional do
Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais (IBCCRIM).
Sola alerta, porém, que é preciso "manter o diálogo" com os
separatistas. "Se o ETA deixar
de existir, é possível ao Batasuna voltar a buscar seus objetivos independentistas dentro
da legalidade. É um absurdo o
uso de violência na Espanha,
onde há bastante abertura para
a discussão política para a autonomia."
Segundo o "El País", desde
que o ETA anunciou o fim de
seu último cessar-fogo com o
governo, em junho deste ano, o
grupo perpetrou dois atentados, em agosto e setembro, sem
causar mortes. Em 30 de dezembro de 2006, quando ainda
vigorava seu cessar-fogo oficial, o ETA matou duas pessoas
em um atentado no aeroporto
de Barajas, em Madri, e levou o
governo a encerrar as negociações com o grupo.
Opositores de Zapatero o
acusam de endurecer recentemente contra o ETA para melhorar sua imagem antes das
eleições gerais de 2008.
(ANDREA MURTA)
Com agências internacionais
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