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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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Violência vem marcando o Ramadã

DA ASSOCIATED PRESS

O Ramadã, o mês do calendário islâmico devotado ao jejum e à reflexão, tem sido também, neste ano, um tempo de guerras e de ataques suicidas cometidos no Iraque e na Arábia Saudita.
"Para grupos militantes, o Ramadã é uma oportunidade para a escalada da violência", disse Diaa Rashwan, um especialista em extremismo islâmico do Centro Al Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos, do Egito.
Rashwan afirmou que alguns militantes islâmicos pensam que vão "obter a mais alta recompensa" ao cometer atos de "guerra santa" durante o mês no qual muçulmanos acreditam que seu livro sagrado, o Alcorão, tenha sido revelado ao profeta Muhammad. Neste ano, o Ramadã começou em fins de outubro.
Estudiosos do islamismo, contudo, discordam dos extremistas. "Ligar o Ramadã à violência é inaceitável", diz Abdul Moti Bayoumi, do Centro de Pesquisa Islâmica da Universidade Al Ajar, do Cairo, considerada por muitos o principal centro de ensino religioso sunita. "O Ramadã é o mês de paz entre um indivíduo e si mesmo e com o povo e com Deus", acrescenta Bayoumi.
Saleh al Fauzan, membro do comitê de clérigos da Arábia Saudita, disse à rádio local que os ataques à capital violavam "a santidade do Ramadã".
O Ramadã é o mais sagrado mês do ano islâmico. É o mês no qual os muçulmanos devem jejuar da alvorada ao pôr-do-sol, num esforço para renovar suas atenções ao lado espiritual. Muitos crêem que, no Ramadã, boas ações são recompensadas dez vezes.
A violência durante o Ramadã, contudo, tem precedentes históricos, como a Batalha de Badr, no século 7º, a primeira a opor muçulmanos e não-muçulmanos. O Egito e a Síria também lançaram sua ofensiva de 1973 contra Israel num Ramadã. Era também o Yom Kippur, o mais importante feriado do calendário judaico.



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