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Violência vem marcando o Ramadã
DA ASSOCIATED PRESS
O Ramadã, o mês do calendário
islâmico devotado ao jejum e à reflexão, tem sido também, neste
ano, um tempo de guerras e de
ataques suicidas cometidos no
Iraque e na Arábia Saudita.
"Para grupos militantes, o Ramadã é uma oportunidade para a
escalada da violência", disse Diaa
Rashwan, um especialista em extremismo islâmico do Centro Al
Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos, do Egito.
Rashwan afirmou que alguns
militantes islâmicos pensam que
vão "obter a mais alta recompensa" ao cometer atos de "guerra
santa" durante o mês no qual muçulmanos acreditam que seu livro
sagrado, o Alcorão, tenha sido revelado ao profeta Muhammad.
Neste ano, o Ramadã começou
em fins de outubro.
Estudiosos do islamismo, contudo, discordam dos extremistas.
"Ligar o Ramadã à violência é inaceitável", diz Abdul Moti Bayoumi, do Centro de Pesquisa Islâmica da Universidade Al Ajar, do
Cairo, considerada por muitos o
principal centro de ensino religioso sunita. "O Ramadã é o mês de
paz entre um indivíduo e si mesmo e com o povo e com Deus",
acrescenta Bayoumi.
Saleh al Fauzan, membro do comitê de clérigos da Arábia Saudita, disse à rádio local que os ataques à capital violavam "a santidade do Ramadã".
O Ramadã é o mais sagrado mês
do ano islâmico. É o mês no qual
os muçulmanos devem jejuar da
alvorada ao pôr-do-sol, num esforço para renovar suas atenções
ao lado espiritual. Muitos crêem
que, no Ramadã, boas ações são
recompensadas dez vezes.
A violência durante o Ramadã,
contudo, tem precedentes históricos, como a Batalha de Badr, no
século 7º, a primeira a opor muçulmanos e não-muçulmanos. O
Egito e a Síria também lançaram
sua ofensiva de 1973 contra Israel
num Ramadã. Era também o
Yom Kippur, o mais importante
feriado do calendário judaico.
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