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ANÁLISE
Terroristas visam autoridades sauditas
DA REDAÇÃO
O atentado ocorrido em Riad
enviou aos governantes sauditas
uma mensagem clara: o anúncio
da saída das tropas americanas do
berço do islã não acalmou o ânimo de terroristas decididos a desestabilizar o país.
Analistas disseram que o ataque, atribuído à Al Qaeda, chama
a atenção para as pressões que a
família real saudita sofre por
manter uma aliança com os EUA.
"Não se trata mais de uma questão de terrorismo para eles [os
membros da Al Qaeda]", disse
Daud al Shirian, analista saudita.
"Suas ações se tornaram uma
guerra ao regime, uma guerra que
visa transformar o país num novo
Afeganistão, comandado por um
Taleban à saudita."
Para Magnus Ranstorp, da Universidade St. Andrews (Reino
Unido), o ataque faz parte de um
esforço para "incitar outros sauditas a atacar o regime".
O terrorista saudita Osama bin
Laden, líder da Al Qaeda, exigiu a
expulsão das tropas americanas
"infiéis" da terra que abriga os
dois santuários mais sagrados do
islã, em Meca e em Medina.
Mas, no passado, os sauditas
buscavam negar que Bin Laden tivesse seguidores no reino. Vários
atentados lançados contra ocidentais, nos últimos anos, foram
por eles atribuídos a uma disputa
entre estrangeiros relacionada ao
álcool. Mas eles perceberam que
não podem manter essa atitude.
Mesmo assim, a Arábia Saudita
continuará a ser pressionada pelos EUA a fazer reformas. Mas os
atentados, ao explicitar a ameaça
comum aos dois países, poderá
contribuir para uma nova aproximação entre ambos os governos.
E as autoridades sauditas buscam mostrar que participam ativamente da guerra ao terror liderada pelos EUA. Em 22 de de outubro passado, o enviado especial
do governo saudita a Londres, o
príncipe Turki al Faisal, disse que
o governo saudita tinha detido
600 pessoas desde os atentados a
um complexo residencial, em
Riad, ocorridos em maio.
Inúmeras outras prisões de supostos terroristas ocorreram, na
Arábia Saudita, desde então.
Além disso, o regime saudita
começa a enfrentar uma forma de
oposição antes totalmente impensável, proveniente das ruas.
Os manifestantes protestam contra a falta de direitos e pedem
mais liberdade política.
Além disso, os líderes políticos
do reino, que estão envelhecendo,
vêm enfrentando problemas socioeconômicos graves, que poderão agravar a crise.
Com agências internacionais
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