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ORIENTE MÉDIO
Para empresário sequestrado e corpos de três soldados serem devolvidos, gabinete aceita libertar 400 prisioneiros árabes
Israel aprova troca de prisioneiros com o Hizbollah
DA REDAÇÃO
O gabinete israelense aprovou
ontem uma troca de prisioneiros
com o grupo extremista islâmico
libanês Hizbollah. Foram 12 votos
a favor e 11 contra. O resultado reflete a polêmica que envolve a decisão, que é defendida pelo premiê de Israel, Ariel Sharon.
Segundo o acordo, Israel deverá
libertar 400 prisioneiros palestinos, libaneses e de alguns outros
países árabes. Já o Hizbollah devolverá os corpos de três soldados
israelenses e libertará o empresário israelense Elhanan Tannenbaum, sequestrado pelo grupo.
O oficial da Força Aérea de Israel Ron Arad, considerado um
dos heróis militares israelenses,
não foi envolvido na troca. Em
1986, seu avião foi alvejado e ele
caiu de pára-quedas no Líbano.
Seu destino é incerto, mas há indicações de que possa estar no Irã.
A família de Arad, que fez campanha contra o acordo, criticou a
decisão do gabinete.O governo se
comprometeu em lutar pela recuperação de Arad.
Além da não-inclusão de Arad,
o acordo foi duramente criticado
em Israel porque, na avaliação
dos opositores, incentivará o Hizbollah e grupos terroristas palestinos a sequestrar israelenses para
conseguir benefícios em troca no
futuro.
O ministro sem pasta do gabinete israelense Uzi Landau, que
votou contra a troca na reunião
do gabinete, afirmou: "O "sim" dará a mensagem de que sequestrar
vale a pena." O chefe do Mossad
(serviço secreto de Israel), Meir
Dagan, acrescentou que a decisão
fortalecerá a imagem do Hizbollah entre os árabes.
Já o comandante das Forças Armadas de Israel, general Moshe
Yaalon, que é a favor da troca,
afirmou que o preço a pagar pela
devolução dos corpos e do empresário é razoável. Sharon acrescenta que essa era uma oportunidade única para conseguir a libertação de Tannenbaum. Caso contrário, diz o premiê, ele será morto pelo Hizbollah. Tannenbaum
foi sequestrado em 2000 em Abu
Dhabi (Emirados Árabes Unidos). Ele viajou ao país com um
passaporte falso supostamente
para negócios. Há acusações de
que o empresário seja um agente
israelense ou de que ele estaria envolvido em atividades criminais.
O Hizbollah ficou insatisfeito
com a decisão porque o gabinete
afirmou que entre os 400 prisioneiros não estarão os que estiverem envolvidos em mortes de israelenses. Isso exclui possibilidade de Samir Kantar, um dos líderes do grupo, ser solto.
Com agências internacionais
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