UOL


São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Para empresário sequestrado e corpos de três soldados serem devolvidos, gabinete aceita libertar 400 prisioneiros árabes

Israel aprova troca de prisioneiros com o Hizbollah

DA REDAÇÃO

O gabinete israelense aprovou ontem uma troca de prisioneiros com o grupo extremista islâmico libanês Hizbollah. Foram 12 votos a favor e 11 contra. O resultado reflete a polêmica que envolve a decisão, que é defendida pelo premiê de Israel, Ariel Sharon.
Segundo o acordo, Israel deverá libertar 400 prisioneiros palestinos, libaneses e de alguns outros países árabes. Já o Hizbollah devolverá os corpos de três soldados israelenses e libertará o empresário israelense Elhanan Tannenbaum, sequestrado pelo grupo.
O oficial da Força Aérea de Israel Ron Arad, considerado um dos heróis militares israelenses, não foi envolvido na troca. Em 1986, seu avião foi alvejado e ele caiu de pára-quedas no Líbano. Seu destino é incerto, mas há indicações de que possa estar no Irã.
A família de Arad, que fez campanha contra o acordo, criticou a decisão do gabinete.O governo se comprometeu em lutar pela recuperação de Arad.
Além da não-inclusão de Arad, o acordo foi duramente criticado em Israel porque, na avaliação dos opositores, incentivará o Hizbollah e grupos terroristas palestinos a sequestrar israelenses para conseguir benefícios em troca no futuro.
O ministro sem pasta do gabinete israelense Uzi Landau, que votou contra a troca na reunião do gabinete, afirmou: "O "sim" dará a mensagem de que sequestrar vale a pena." O chefe do Mossad (serviço secreto de Israel), Meir Dagan, acrescentou que a decisão fortalecerá a imagem do Hizbollah entre os árabes.
Já o comandante das Forças Armadas de Israel, general Moshe Yaalon, que é a favor da troca, afirmou que o preço a pagar pela devolução dos corpos e do empresário é razoável. Sharon acrescenta que essa era uma oportunidade única para conseguir a libertação de Tannenbaum. Caso contrário, diz o premiê, ele será morto pelo Hizbollah. Tannenbaum foi sequestrado em 2000 em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). Ele viajou ao país com um passaporte falso supostamente para negócios. Há acusações de que o empresário seja um agente israelense ou de que ele estaria envolvido em atividades criminais.
O Hizbollah ficou insatisfeito com a decisão porque o gabinete afirmou que entre os 400 prisioneiros não estarão os que estiverem envolvidos em mortes de israelenses. Isso exclui possibilidade de Samir Kantar, um dos líderes do grupo, ser solto.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Oposição vive clima de vitória, apesar da derrota
Próximo Texto: Argentina: Presidente Kirchner e sua família têm recebido ameaças por telefone
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.