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EUA
Crise política que atinge Bush afeta resultado em pleitos locais e estaduais; em Nova York, Bloomberg é reeleito prefeito
Republicanos amargam derrotas em eleições
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
O presidente George W. Bush e
o seu partido, o Republicano, pagaram ontem a fatura da crise política que vem abatendo a Casa
Branca e o Congresso nas últimas
semanas com derrotas significativas em eleições locais e estaduais
nos EUA. A exceção foi o prefeito
de Nova York, Michael Bloomberg, cuja reeleição representa para o Partido Democrata a perda
do quarto mandato consecutivo,
num Estado considerado "azul"
(a cor dos democratas).
Na Califórnia, outro Estado que
tradicionalmente vota nos democratas, o projeto do governador
republicano, o ex-astro de Hollywood Arnold Schwarzenegger,
também foi solapado em um referendo, o que o deve impelir a
construir laços com a oposição.
Foram reprovadas pela população as quatro propostas de mudanças políticas, fiscais e educacionais propostas por ele. Neste
caso, o prejuízo não foi apenas
político, pois do bolso de Schwarzenegger saíram US$ 7 milhões
para campanhas publicitárias.
Na disputa pelo posto de governador de Nova Jersey, o senador
democrata Jon Corzine derrotou
o republicano Doug Forrester em
um desenlace já previsto. O Estado é considerado "azul".
Na Virgínia, um Estado "vermelho" -por votar sistematicamente nos republicanos-, o vice-governador democrata, Timothy
Kaine, venceu as eleições enfatizando questões locais e se valendo
do apoio do atual governador,
Mark Warner. O pleito da Virgínia foi observado de perto em
Washington. Primeiro pela surpreendente aparição de Bush no
palanque do derrotado, Jerry Kilgore, na véspera da eleição. Segundo porque Warner é visto como uma aposta dos democratas
para a Presidência, em 2008.
Bastante popular, Warner conseguiu ser eleito e fazer seu sucessor num Estado sulista e conservador. História semelhante à de
outro democrata chamado Bill
Clinton, eleito para a Casa Branca
depois de governar o Arkansas.
Num país cada vez mais dividido,
vale muito um liberal bem visto
por conservadores.
Para os republicanos, o resultado das eleições significa mais um
capítulo de uma crise iniciada há
dois meses com o furacão Katrina. Vieram depois os aumentos
dos preços de energia, investigações criminais contra os líderes
do Senado, Bill Frist, e da Câmara,
Tom DeLay, o indiciamento do
ex-chefe-de-gabinete do vice-presidente Dick Cheney, Lewis
Libby. E mais a suspeita de prisões secretas usadas pela CIA na
guerra ao terrorismo de Bush.
Por outro lado, o avanço democrata ontem significa pouco. Em
especial quando se leva em conta
que há um ano a mesma Virgínia
deu 54% de seus votos para Bush.
Especialistas de ambos os partidos transferem suas expectativas
para as eleições legislativas no ano
que vem, que podem modificar o
perfil do Congresso, hoje controlado pelos republicanos.
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