São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Hillary anuncia voto contra livre comércio

Principal pré-candidata democrata à Presidência, senadora diz que não dará aval a tratados com Panamá e Colômbia

Única exceção, segundo Hillary, será TLC com o Peru, que inclui "proteções trabalhistas e ambientais"

DA REDAÇÃO

A senadora e pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton declarou-se contrária aos acordos de livre comércio assinados pelos EUA com a Colômbia, o Panamá e a Coréia do Sul -todos ainda precisam ser ratificados pelo Legislativo americano.
Hillary, que lidera a corrida para ser nomeada candidata à Presidência por seu partido, já havia criticado o Tratado de Livre Comércio (TLC) com a Coréia do Sul, mas é a primeira vez que se posiciona sobre os demais acordos.
A opinião pública da senadora deve complicar a tarefa do governo George W. Bush de convencer os democratas, que dominam o Legislativo americano, a aprovar os tratados.
As críticas de Hillary apareceram em comunicado em que ela comemorava a aprovação do acordo comercial dos EUA com o Peru na Câmara dos Representantes anteontem. A senadora sinalizou que votará a favor desse tratado, já modificado pelos democratas, quando ele chegar ao Senado.
"[O acordo peruano] tem proteções trabalhistas e ambientais muito fortes. Incorpora importantes avanços em matéria de direitos humanos dos trabalhadores e iguala a situação com os trabalhadores americanos", escreveu Hillary.
Já sobre o acordo com a Colômbia, aliada mais próxima dos EUA na América Latina, diz a nota: "Estou muito preocupada com a história de violência contra os líderes sindicalistas".
Segundo a Confederação Sindical Internacional, a Colômbia é o país mais perigoso do mundo para o sindicalismo -78 líderes foram mortos em 2006.
Também criticado pelos democratas por supostos vínculos com paramilitares, o presidente Álvaro Uribe reagiu à nota: "Isso é muito grave. É uma imperdoável incompreensão contra a Colômbia".
No caso do Panamá, o problema apontado por Hillary é o presidente da Assembléia Nacional do país, Pedro Miguel Gonzáles. Contra ele há uma ordem de captura emitida pelos EUA pela acusação de matar um militar americano.
Críticos dizem, porém, que verdadeiro obstáculo aos tratados é o protecionismo econômico dos democratas, que têm em sua base os sindicatos.


Com agências internacionais


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