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Novo premiê da Polônia diz que fará pazes com a Rússia
DA REDAÇÃO
O presidente da Polônia, o
nacionalista conservador Lech
Kaczynski, empossou ontem
como primeiro-ministro seu
principal adversário político, o
liberal Donald Tusk, líder da
Plataforma Cívica, partido que
venceu as legislativas de 21 de
outubro. Ele afirmou em entrevista que "acabaram-se os tempos dos conflitos e guerras políticas", alusão ao confronto com
a Europa e com a Rússia praticados pelo gabinete anterior.
Tusk sucederá na chefia do
governo Jaroslaw Kaczynski,
irmão gêmeo do presidente. O
novo governo tomará posse na
próxima sexta e se submeterá
ao voto de confiança dos deputados no dia 23.
O novo premiê, derrotado
por Lech Kaczynski nas presidenciais de há dois anos, pretende diminuir os impostos e
preparar o país para adotar o
euro em 2012. Ele também
quer a retirada imediata dos
militares poloneses do Iraque.
Tusk prometeu "normalizar"
as relações da Polônia com a
União Européia, que registraram neste ano vários conflitos,
com a ameaça de veto polonês
ao sistema interno de votação,
que o presidente Kaczynski
acusava de privilegiar países de
maior peso, como a Alemanha.
O líder da Plataforma Cívica
também é partidário da Carta
Européia de Direitos Fundamentais, que os gêmeos
Kaczynski não quiseram assinar porque prevê direitos aos
homossexuais, o que pode dar
lugar à legalização do casamento gay, julgado inadmissível pelo presidente e seu irmão, já
que o país é muito católico.
A Plataforma Cívica se aliou
ao Partido Popular da Polônia e
reúne 240 deputados na Assembléia de 460 cadeiras. Isso
basta para aprovar leis, mas
não há dois terços de votos para
derrubar possíveis vetos presidenciais, razão pela qual o casamento entre pessoas do mesmo
sexo poderá ficar de fora da
agenda legislativa.
No que concerne à Rússia, as
relações bilaterais esfriaram
depois da queda do comunismo, em 1989, e da adesão do
país à Otan, o bloco militar ocidental. O governo russo embargou a importação de carne polonesa, e a Polônia, em resposta, impediu a renovação do tratado comercial da Rússia com a
União Européia.
Tusk disse ontem que o diálogo com Moscou "será retomado, se a outra parte demonstrar boa vontade".
Com agências internacionais
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