São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Novo premiê da Polônia diz que fará pazes com a Rússia

DA REDAÇÃO

O presidente da Polônia, o nacionalista conservador Lech Kaczynski, empossou ontem como primeiro-ministro seu principal adversário político, o liberal Donald Tusk, líder da Plataforma Cívica, partido que venceu as legislativas de 21 de outubro. Ele afirmou em entrevista que "acabaram-se os tempos dos conflitos e guerras políticas", alusão ao confronto com a Europa e com a Rússia praticados pelo gabinete anterior.
Tusk sucederá na chefia do governo Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do presidente. O novo governo tomará posse na próxima sexta e se submeterá ao voto de confiança dos deputados no dia 23.
O novo premiê, derrotado por Lech Kaczynski nas presidenciais de há dois anos, pretende diminuir os impostos e preparar o país para adotar o euro em 2012. Ele também quer a retirada imediata dos militares poloneses do Iraque.
Tusk prometeu "normalizar" as relações da Polônia com a União Européia, que registraram neste ano vários conflitos, com a ameaça de veto polonês ao sistema interno de votação, que o presidente Kaczynski acusava de privilegiar países de maior peso, como a Alemanha.
O líder da Plataforma Cívica também é partidário da Carta Européia de Direitos Fundamentais, que os gêmeos Kaczynski não quiseram assinar porque prevê direitos aos homossexuais, o que pode dar lugar à legalização do casamento gay, julgado inadmissível pelo presidente e seu irmão, já que o país é muito católico.
A Plataforma Cívica se aliou ao Partido Popular da Polônia e reúne 240 deputados na Assembléia de 460 cadeiras. Isso basta para aprovar leis, mas não há dois terços de votos para derrubar possíveis vetos presidenciais, razão pela qual o casamento entre pessoas do mesmo sexo poderá ficar de fora da agenda legislativa.
No que concerne à Rússia, as relações bilaterais esfriaram depois da queda do comunismo, em 1989, e da adesão do país à Otan, o bloco militar ocidental. O governo russo embargou a importação de carne polonesa, e a Polônia, em resposta, impediu a renovação do tratado comercial da Rússia com a União Européia.
Tusk disse ontem que o diálogo com Moscou "será retomado, se a outra parte demonstrar boa vontade".


Com agências internacionais


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