São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Premiê renuncia e entrega a Grécia a um vazio político

George Papandreou anuncia saída oficial, mas não há sinais do governo de coalizão que deverá substitui-lo

Em discurso na TV, Papandreou deseja boa sorte ao sucessor; anúncio foi adiado pela Presidência para hoje

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

George Papandreou, o premiê da Grécia, anunciou ontem que um governo de coalizão havia sido formado e, portanto, ele renunciava ao cargo. O discurso foi transmitido pela televisão estatal.
Ele desejou sorte a seu sucessor. Mas não disse, porém, quem iria substitui-lo. Esse esperado anúncio também não foi feito após ele se reunir com o presidente Karolos Papoulias, a quem disse que iria apresentar sua renúncia.
Em meio a disputas políticas, não havia ontem sinal do governo de união anunciado no discurso de Papandreou. A incerteza a respeito do sucessor do primeiro-ministro se arrasta desde domingo, quando foi decidido que haverá um governo de união. Desde então, políticos discutem quem ocupará o cargo.
Após a disputa ter parecido pender entre o economista Lucas Papademos e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, ontem partidos indicavam que o próximo primeiro-ministro poderia ser o socialista Filippos Petsalnikos, o líder do Parlamento. Vassilis Skouris, presidente da Corte Europeia de Justiça, também era uma opção.

ANSIEDADE
Políticos ainda não entraram em acordo a respeito do governo que irá substituir o atual. A Presidência adiou as negociações para hoje.
Tanto gregos quanto credores internacionais aguardam com ansiedade o anúncio oficial. A Grécia passa por uma grave crise econômica, com dívida pública correspondente a 152% de seu PIB.
A União Europeia aprovou em outubro um novo pacote de resgate, desta vez de € 130 bilhões (R$ 313 bi), que tem de ser aprovado pelo país -mas exige uma série de cortes nos gastos públicos.
A movimentação para aprovar o pacote foi uma das razões de desgaste do premiê. "Incerteza política aumenta a pressão exercida na economia e no sistema bancário", afirmou ontem George Provopoulos, chefe do Banco da Grécia.
"A demora em formar um novo governo ameaça danificar ainda mais a credibilidade do país", disse. A Grécia não terá dinheiro para pagar aposentadorias e salários públicos em novembro, a não ser que entre em acordo com a UE e o Fundo Monetário Internacional sobre as medidas de austeridade exigidas como contrapartida para a liberação da parcela de € 8 bilhões de ajuda.


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