São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Irã acusa agência nuclear de servir aos EUA

Ahmadinejad diz que programa nuclear não recuará após órgão da ONU afirmar que país tentou fabricar a bomba

França insiste em fazer reunião do Conselho de Segurança mesmo após Rússia e China dizerem que vetariam sanções

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou ontem que o programa nuclear do país não recuará e acusou a agência nuclear ligada à ONU de estar a serviço de interesses americanos.
Foi a primeira resposta de Ahmadinejad ao relatório divulgado na véspera pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que apresentou sinais claros dos esforços iranianos em produzir armas atômicas.
O dossiê reforçou a previsível campanha por novas e mais duras sanções contra o Irã. A França pediu uma sessão especial do Conselho de Segurança, mas a China e a Rússia já haviam anunciado que vetariam novas sanções.
Além disso, há ainda as limitações impostas pela crise econômica. Sanções que poderiam ser efetivas, como ao setor petrolífero do Irã ou contra seu banco central, são descartadas diante do risco de uma indesejável disparada nos preços do petróleo. Ahmadinejad, envolvido há meses em uma disputa com o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, usou o relatório da AIEA para fortalecer sua popularidade.
"Esta nação não recuará nem um pouco de seu caminho", disse Ahmadinejad, em um discurso transmitido ao vivo pela TV, diante de milhares de pessoas na cidade de Shahrekord (centro).
Israel considerou o relatório como a prova definitiva de que o Irã trabalha em busca da bomba atômica.
"O relatório da AIEA confirma a posição da comunidade internacional e de Israel de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares", disse o governo, em nota. "A comunidade internacional deve fazer cessar a aquisição de armas nucleares pelo Irã", afirma o documento. As novas evidências da AIEA vêm a público ainda no rastro de uma onda recente de rumores sobre um ataque iminente de Israel às instalações nucleares do Irã.
Mas quem esperava uma reação beligerante dos EUA, principal aliado de Israel na campanha contra o Irã, surpreendeu-se com o tom quase professoral das críticas.
"São acusações muito sérias, e cabe ao Irã colaborar finalmente com a AIEA de uma maneira transparente e crível para lidar com essas preocupações", disse Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado.


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