São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Especialistas divergem sobre que ações tomar em relação ao país

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Analistas de política e segurança americanos afirmam que o novo relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) sobre o Irã deixa poucas opções para a comunidade internacional.
Mas eles mesmos parecem sem resposta sobre qual rumo tomar quando a intenção bélica de Teerã se torna evidente. O governo iraniano não coopera com os inspetores internacionais, apesar das sanções em vigor, e o tempo disponível é uma incógnita. "Como fazer o Irã obedecer à lei internacional sem uma ação militar?", questionou Ray Takeyh, do Council on Foreign Affairs, em teleconferência com jornalistas.
"Acho que há pontos de pressão: o Irã tem outras vulnerabilidades além da economia, e ainda é possível alguma combinação de sanções e outras ações. Mas precisamos de novas ideias, pois o tempo está no fim."
Afora a opção militar, Takeyh defende trabalhar com a oposição iraniana para mudar o regime -algo de que outros analistas discordam, uma vez que os líderes do Movimento Verde já declararam que o país tem direito a ter seu programa nuclear. A maior dificuldade dos estrategistas é a incerteza sobre em quanto tempo a bomba poderia ser obtida, algo que o relatório não esclarece.
"O documento não diz que o Irã tem uma bomba", afirma Matthew Kroenig, especialista em segurança no mesmo centro de estudos. "Mas ele é importante, porque o Irã tem dito que quer ter energia nuclear para propósitos civis e, como há muito se suspeitava, eles querem ao menos a opção de poder construir uma arma. Vai ser difícil manter essa fachada."
Elliot Abrams, também do Council, defende a ação militar. "A questão não é mais se o Irã busca uma arma, é o que fazer a respeito." O governo americano evitou falar em reação, afirmando que examinará o relatório e aguardará até que ele seja oficialmente apresentado, o que deve ocorrer na semana que vem, para se pronunciar.


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