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Paquistão prende 20 por ataques
Islamabad confirma prisão de líder de grupo extremista apontado como mentor de atentados em Mumbai
Presidente paquistanês diz,
porém, que não extraditará
detidos; em Nova Déli,
governo revela identidade
de nove terroristas mortos
DA REDAÇÃO
Oficiais do governo do Paquistão anunciaram ontem a
prisão de mais 20 supostos integrantes do Lashkar-e-Taiba
-grupo que combate a presença indiana na Caxemira- em
pelo menos cinco novos ataques a campos de treinamento
da organização. A Índia atribui
ao grupo a autoria dos ataques
de 26 de novembro a Mumbai,
em que morreram 171 pessoas.
Em entrevista a uma emissora indiana, o ministro da Defesa
paquistanês, Ahmad Mukhtar,
também confirmou que, entre
as pessoas presas na ação anterior, no domingo, está Zaki ur
Rehman Lakhvi, líder do Lashkar-e-Taiba. Mukhtar anunciou ainda a prisão de Masood
Azhar, da Jaish-e-Muhammad,
outro grupo proscrito no país.
Os ataques a campos de treinamento do Lashkar-e-Taiba,
na Caxemira paquistanesa, no
domingo, foram a primeira resposta militar de Islamabad às
pressões exercidas pelos governos da Índia e dos EUA pela repressão a terroristas em seu
território. Segundo oficiais, as
operações de ontem já foram
realizadas a partir de informações obtidas do próprio Lakhvi.
O Lashkar-e-Taiba foi tornado ilegal em 2002 pelo então
presidente Pervez Musharraf,
após ser acusado pelo ataque ao
Parlamento indiano, em Nova
Déli. Em sua origem, o grupo
manteve estreita relação com
os serviços de inteligência paquistaneses, que, com o apoio
de Washington, treinava combatentes da presença soviética
no Afeganistão, nos anos 80.
Identidades
Azhar, um dos nomes na lista
de 20 suspeitos cujas extradições foram pedidas por Nova
Déli após os ataques, havia sido
libertado em 1999 em troca de
reféns em um avião da Indian
Airlines seqüestrado em Candahar, no Afeganistão. O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, reiterou, no entanto, que
os acusados serão julgados no
país, contrariando a Índia.
A polícia de Mumbai revelou
ontem o que afirmou serem as
identidades dos nove terroristas mortos durante os três dias
de ataques a Mumbai e de suas
cidades de origem, todas elas
localizadas no Punjab paquistanês -fronteiriço com o Punjab indiano. O décimo terrorista foi detido vivo e permanece
preso em local desconhecido.
Cinco deles foram identificados a partir de documentos de
identidade; três, com base em
fotos de cadáveres, com os rostos significativamente queimados. Fotos do nono terrorista
não foram divulgadas porque
ele teria ficado irreconhecível,
de acordo com a polícia. Todos
eles tinham entre 20 e 28 anos.
O investigador-chefe da polícia de Mumbai, Rakesh Maria,
disse que o líder do grupo era
Ismail Khan, 25, da cidade de
Deira Ismail Khan. Segundo
Maria, um veterano do Lashkar-e-Taiba. O terrorista vivo,
Ajmal Amir Kasab, de acordo
com a polícia, disse que foi recrutado por Lakhvi, suposto
co-organizador dos ataques.
A versão da polícia de Mumbai reforça as acusações do governo indiano de que os terroristas eram paquistaneses e
partiram do país vizinho para
realizar os ataques, aumentando as pressões sobre Islamabad
para ações de repressão como
as realizadas ontem e domingo.
Washington atua para evitar
o acirramento das tensões na
região, o que pode levar Islamabad a deslocar tropas para a
fronteira indiana. O presidente
George W. Bush disse ontem a
militares que alertou o Paquistão de que fará o necessário para proteger americanos da
ameaça terrorista no país.
Com o "New York Times" e
agências internacionais
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