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ONU diz ver indícios de crimes de guerra
Alta comissária de Direitos Humanos afirma que soldados "têm obrigação de proteger civis, não matá-los indiscriminadamente"
Organização acusa Israel de ter matado 30 pessoas, entre elas crianças, em abrigo; Exército israelense diz que investiga a denúncia
DA REDAÇÃO
A alta comissária de Direitos
Humanos das Nações Unidas,
Navanethem Pillay, disse à
agência de notícias Reuters que
há indícios de que Israel cometeu crimes de guerra na ofensiva contra a faixa de Gaza.
Ela se referiu a um episódio
denunciado na sexta-feira pelo
Ocha (Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários
da ONU, na sigla em inglês), segundo o qual Israel teria bombardeado uma casa e deixado
30 mortos 24 horas depois de
orientar palestinos a buscarem
abrigo naquele local.
Pillay pediu por uma "investigação independente e transparente" das possíveis violações de direitos humanos no
bombardeio da casa no último
dia 4, no bairro de Zeitoun, nos
arredores da Cidade de Gaza.
"Os soldados têm a obrigação
de proteger os civis, não de matá-los indiscriminadamente",
disse Pillay à Reuters. "Neste
caso em particular, ainda havia
crianças", acrescentou.
O episódio, afirmou Pillay,
"parece ter todos os elementos
de um crime de guerra".
Avital Leibovich, porta-voz
militar de Israel, disse que o incidente está sendo investigado.
"Nós não pedimos para que as
pessoas sigam para outros prédios, não é algo que façamos",
disse. "Não sabemos nada sobre esse ataque."
O bombardeio de Zeitoun é
apenas um dos incidentes que
geraram polêmica entre a ONU
e Israel desde o início da ofensiva. Na semana passada, uma escola da organização foi alvo de
ataques de tropas israelenses,
que alegaram que teria havido
disparo de morteiros do local
-o que a ONU nega.
A ONU chegou a anunciar na
quinta a suspensão de suas atividades de ajuda humanitária
depois que o motorista de um
de seus caminhões foi morto
por tropas israelenses. A ajuda
foi retomada depois de Israel
dar garantias de segurança.
Com agências internacionais
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