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EUA levam armas a Israel em meio à crise
Documentos revelam que americanos vão contratar um
barco capaz de portar 2,6 milhões de quilos de explosivos
Pentágono confirma envio,
mas afirma que ele estava
"previamente agendado" e
nega qualquer relação com
o conflito na faixa de Gaza
DA REUTERS
Os Estados Unidos estão
contratando um navio mercante para levar centenas de toneladas de armas da Grécia a Israel ainda neste mês, segundo
documentos divulgados na noite de anteontem pela agência
Reuters, que citavam "materiais perigosos", como explosivos e detonadores, mas sem especificar os tipos de armas.
O Pentágono negou que as
armas tenham relação com a
ofensiva israelense em Gaza.
O pedido de envio foi feito
em 31 de dezembro (a ofensiva
começou no dia 27), para que a
primeira entrega chegasse antes de 25 de janeiro e a segunda,
até o fim deste mês. O serviço
deve ser feito por uma transportadora alemã.
Um comando da Marinha
americana confirmou que o
carregamento de 325 contêineres de seis metros cada um deve
ser levado em duas viagens do
porto grego de Astakos até o israelense Ashdod, que fica 38
km ao norte da faixa de Gaza.
No entanto, os documentos
citam a necessidade de um barco maior, capaz de carregar 989
contêineres de seis metros. A
origem da embarcação seria o
porto de Sunny Point, na Carolina do Norte (EUA), e os documentos estipulam que a embarcação deve ser capaz de
"carregar 5,8 milhões de libras
[2,6 milhões de quilos] de peso
de explosivo líquido".
Os EUA -atualmente o
maior exportador mundial de
armas- são o principal aliado
de Israel, e os países regularmente negociam armamento
entre si. Mas analistas e negociadores de armas ouvidos pela
agência noticiosa destacaram
que o momento da entrega, em
plena ofensiva militar, e o tamanho do carregamento eram
"estranhos", e talvez a carga até
seja irregular, se tiver relação
direta com o conflito na faixa
de Gaza.
O Departamento de Estado
dos EUA não comentou os documentos. Já o coronel da Força Aérea Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, confirmou o
carregamento, mas o desvinculou do atual conflito: "O envio,
previamente agendado, é de rotina e não servirá para apoiar a
situação em curso em Gaza".
Ryder não quis comentar a
rota da munição, por motivos
de segurança. Ele disse que envio das armas havia sido autorizado por um acordo de 1990 entre os governos americano e israelense e aprovado pelo Congresso americano.
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