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EUA
Conclusão é do Congresso, após 5 meses de investigação
Bush sabia de risco em barragem de Nova Orleans antes da tragédia
ERIC LIPTON
DO "NEW YORK TIMES"
Depois do furacão Katrina, funcionários do governo de George
W. Bush declararam que haviam
sido pegos de surpresa quando
foram informados na terça-feira,
30 de agosto de 2005, de que uma
barragem se rompera, permitindo que as águas represadas inundassem Nova Orleans.
Mas uma investigação do Congresso descobriu agora que Marty
Bahamonde, funcionário da
Agência Federal de Administração de Emergências (Fema),
constatou o problema da barragem em pessoa e reportou o perigo ao Departamento da Segurança Interna na noite anterior ao
acidente e que o aviso foi repassado diretamente à Casa Branca.
"Informação da Fema", era a
classificação de uma mensagem
de e-mail enviada pela equipe de
assuntos públicos da agência ao
secretário da Segurança Interna,
Michael Chertoff, para descrever
a jornada de Bahamonde.
A mensagem afirmava que as
condições eram "muito mais sérias do que as reportagens da imprensa" indicavam no momento.
"A inundação é mais extensa, e o
número de pessoas isoladas é
maior do que imaginávamos. E há
também alguns incêndios."
Michael Brown, que dirigiu a
Fema até 12 de setembro, quando
se demitiu devido à pressão pelo
desempenho deficiente da agência no combate ao Katrina, declarou que havia notificado pessoalmente a Casa Branca sobre a situação na mesma noite.
Funcionários da Casa Branca
confirmaram ao Congresso que a
mensagem havia sido recebida,
embora em meio a diversos relatórios contraditórios.
De alguma forma, o alerta parece não ter tido efeito. Na manhã
seguinte, o presidente Bush, de férias no Texas, anunciou que se
sentia aliviado por Nova Orleans
ter "escapado à crise", quando, na
verdade, deveria estar lançando
um alerta máximo, concluíram os
investigadores, depois de cinco
meses de trabalho.
"Não tenho qualquer dúvida de
que a Casa Branca compreendia,
em seus mais altos escalões, o
quanto a crise era grave", disse
Brown. Ele atribuiu o problema
ao fato de que os poderes da Fema
foram restringidos quando se tornou parte do Departamento da
Segurança Interna, em 2003.
Tradução de Paulo Migliacci
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