São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 2006

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EUA

Conclusão é do Congresso, após 5 meses de investigação

Bush sabia de risco em barragem de Nova Orleans antes da tragédia

ERIC LIPTON
DO "NEW YORK TIMES"

Depois do furacão Katrina, funcionários do governo de George W. Bush declararam que haviam sido pegos de surpresa quando foram informados na terça-feira, 30 de agosto de 2005, de que uma barragem se rompera, permitindo que as águas represadas inundassem Nova Orleans.
Mas uma investigação do Congresso descobriu agora que Marty Bahamonde, funcionário da Agência Federal de Administração de Emergências (Fema), constatou o problema da barragem em pessoa e reportou o perigo ao Departamento da Segurança Interna na noite anterior ao acidente e que o aviso foi repassado diretamente à Casa Branca.
"Informação da Fema", era a classificação de uma mensagem de e-mail enviada pela equipe de assuntos públicos da agência ao secretário da Segurança Interna, Michael Chertoff, para descrever a jornada de Bahamonde.
A mensagem afirmava que as condições eram "muito mais sérias do que as reportagens da imprensa" indicavam no momento. "A inundação é mais extensa, e o número de pessoas isoladas é maior do que imaginávamos. E há também alguns incêndios."
Michael Brown, que dirigiu a Fema até 12 de setembro, quando se demitiu devido à pressão pelo desempenho deficiente da agência no combate ao Katrina, declarou que havia notificado pessoalmente a Casa Branca sobre a situação na mesma noite.
Funcionários da Casa Branca confirmaram ao Congresso que a mensagem havia sido recebida, embora em meio a diversos relatórios contraditórios.
De alguma forma, o alerta parece não ter tido efeito. Na manhã seguinte, o presidente Bush, de férias no Texas, anunciou que se sentia aliviado por Nova Orleans ter "escapado à crise", quando, na verdade, deveria estar lançando um alerta máximo, concluíram os investigadores, depois de cinco meses de trabalho.
"Não tenho qualquer dúvida de que a Casa Branca compreendia, em seus mais altos escalões, o quanto a crise era grave", disse Brown. Ele atribuiu o problema ao fato de que os poderes da Fema foram restringidos quando se tornou parte do Departamento da Segurança Interna, em 2003.


Tradução de Paulo Migliacci

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