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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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"Eixo do mal" vê fim do regime com cautela

DA REDAÇÃO

A Síria e a coalizão anglo-americana continuaram trocando farpas ontem. De um lado, os sírios exigiram que o Iraque seja imediatamente desocupado. Do outro, o Reino Unido repetiu declarações dos EUA ao afirmar que a Síria não deve dar amparo a membro do regime de Saddam Hussein.
Desde o início da ofensiva ao Iraque, a Síria tem sido colocada como o próximo país "da lista" dos EUA em possíveis ataques após o fim da guerra no Iraque.
"Há relatos de que a Síria estaria sendo cúmplice do regime iraquiano", disse o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw. "Nós estamos de olho na Síria para verificar se eles não estão dando abrigo a fugitivos do Iraque, nem concedendo armamentos."
As afirmações de Straw ecoam declarações do secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, que anteontem mais uma vez afirmou que Síria teria dado apoio logístico a Saddam Hussein, fornecendo a ele materiais bélicos.
Os EUA também afirmaram que o governo sírio está ajudando lideranças iraquianas a fugirem do Iraque. Damasco rejeitou as acusações de que fornece material bélico, porém não se pronunciou sobre o abrigo a membros do regime.
O governo sírio exigiu ontem que a coalizão anglo-americana desocupe imediatamente o Iraque. "Pedimos a comunidade internacional que realize todos os esforços possíveis para encerrar essa ocupação. E algo deve ser feito para resolver a situação catastrófica do país, resultante da agressão [anglo-americana]", disse o Ministério das Relações Exteriores sírio em comunicado.
Além de ajudar o Iraque, a Síria é acusada pelos EUA de ajudar o grupo extremista islâmico Hizbollah, que integra a lista de terroristas dos EUA. Porém, no mundo árabe, o Hizbollah é visto como um grupo de resistência contra Israel e é um partido político no Líbano, detentor, inclusive, de uma rede de TV. Os dois países que integram o denominado "eixo do mal" pelo presidente dos EUA, George W. Bush, se manifestaram ontem pelo fim do regime de Saddam.
O Irã disse ser "um dia feliz" a queda de Saddam, um dos principais inimigos de Teerã, após guerra entre os dois países nos anos 80. Porém os iranianos disseram que, com o fim de Saddam, surge a ameaça da presença militar americana no Iraque. O Coréia do Norte, por sua vez, disse que é preciso deter o poderio militar americano.


Com agências internacionais


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