|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Eixo do mal" vê fim do regime com cautela
DA REDAÇÃO
A Síria e a coalizão anglo-americana continuaram trocando farpas ontem. De um
lado, os sírios exigiram que o
Iraque seja imediatamente
desocupado. Do outro, o
Reino Unido repetiu declarações dos EUA ao afirmar
que a Síria não deve dar amparo a membro do regime
de Saddam Hussein.
Desde o início da ofensiva
ao Iraque, a Síria tem sido
colocada como o próximo
país "da lista" dos EUA em
possíveis ataques após o fim
da guerra no Iraque.
"Há relatos de que a Síria
estaria sendo cúmplice do
regime iraquiano", disse o
ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack
Straw. "Nós estamos de olho
na Síria para verificar se eles
não estão dando abrigo a fugitivos do Iraque, nem concedendo armamentos."
As afirmações de Straw
ecoam declarações do secretário da Defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, que anteontem mais uma vez afirmou que Síria teria dado
apoio logístico a Saddam
Hussein, fornecendo a ele
materiais bélicos.
Os EUA também afirmaram que o governo sírio está
ajudando lideranças iraquianas a fugirem do Iraque.
Damasco rejeitou as acusações de que fornece material
bélico, porém não se pronunciou sobre o abrigo a
membros do regime.
O governo sírio exigiu ontem que a coalizão anglo-americana desocupe imediatamente o Iraque. "Pedimos a comunidade internacional que realize todos os
esforços possíveis para encerrar essa ocupação. E algo
deve ser feito para resolver a
situação catastrófica do país,
resultante da agressão [anglo-americana]", disse o Ministério das Relações Exteriores sírio em comunicado.
Além de ajudar o Iraque, a
Síria é acusada pelos EUA de
ajudar o grupo extremista islâmico Hizbollah, que integra a lista de terroristas dos EUA. Porém, no mundo árabe, o Hizbollah é visto como
um grupo de resistência
contra Israel e é um partido
político no Líbano, detentor,
inclusive, de uma rede de
TV. Os dois países que integram o denominado "eixo
do mal" pelo presidente dos
EUA, George W. Bush, se
manifestaram ontem pelo
fim do regime de Saddam.
O Irã disse ser "um dia feliz" a queda de Saddam, um
dos principais inimigos de
Teerã, após guerra entre os
dois países nos anos 80. Porém os iranianos disseram
que, com o fim de Saddam,
surge a ameaça da presença
militar americana no Iraque.
O Coréia do Norte, por sua
vez, disse que é preciso deter
o poderio militar americano.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Para EUA, França deve perdoar dívida Próximo Texto: Líderes antiguerra se reúnem hoje Índice
|