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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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Líderes antiguerra se reúnem hoje

DA REDAÇÃO

Rússia, França e Alemanha, fortes oponentes à ação militar contra o Iraque, se encontram hoje em São Petersburgo, com o objetivo de garantir um função para a ONU na reconstrução iraquiana e em remendar os laços diplomáticos com Washington.
Inicialmente, o encontro seria realizado apenas entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler alemão, Gerhard Schröder. O presidente francês, Jacques Chirac, foi incluído às pressas na lista de convidados para o encontro na cidade natal de Putin quando as forças da coalizão anglo-americana já estavam próximas de derrubar o regime do ex-ditador Saddam Hussein.
Duas conferências acadêmicas concomitantes em São Petersburgo discutirão a posição em comum entre os três líderes, de que a ONU deveria supervisionar a reconstrução do Iraque.
Os três líderes, no entanto, parecem dar pouca credibilidade às declarações feitas nesta semana pelo presidente americano, George W. Bush, e o premiê britânico, Tony Blair, de que a ONU terá um "papel vital".
"As declarações de Blair e Bush em Belfast foram pouco além de educadas", disse Yevgeny Volk, analista do Heritage Fund, sediado em Moscou.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, ironizou os pedidos na Europa por um "papel central da ONU". "Eu não tenho certeza do que isso significa", disse Powell ao jornal "Los Angeles Times". "Apenas dizem "central" e em seguida vão para o próximo encontro entre eles."
Nos meses que antecederam o conflito, França, Alemanha e Rússia se mantiveram juntos em uma posição contra o uso da força para fazer com que o Iraque não mantivesse armas proibidas.
Ontem, Schröder e Chirac reafirmaram sua posição a esse respeito. "A Alemanha pode e irá contribuir para a reconstrução, se ela se der sob os auspícios da ONU", disse o chanceler à TV alemã RTL. Putin, por sua vez, não deu declarações.

China
A China também defendeu ontem que a ONU deve ter um "papel de liderança na reconstrução do Iraque pós-guerra" e disse que espera a apresentação imediata de um plano nesse sentido.
"Espero que a ONU possa preparar um plano detalhado de reconstrução para o Iraque o mais rápido possível", disse disse o porta-voz da Chancelaria chinesa, Liu Jianchao.
A China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (e, portanto, com direito a veto), também se opôs à guerra no Iraque e pediu o fim dos ataques assim que eles começaram, há três semanas, mas tem evitado assumir um papel central no campo da oposição.


Com agências internacionais


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