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Líderes antiguerra se reúnem hoje
DA REDAÇÃO
Rússia, França e Alemanha, fortes oponentes à ação militar contra o Iraque, se encontram hoje
em São Petersburgo, com o objetivo de garantir um função para a
ONU na reconstrução iraquiana e
em remendar os laços diplomáticos com Washington.
Inicialmente, o encontro seria
realizado apenas entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o
chanceler alemão, Gerhard
Schröder. O presidente francês,
Jacques Chirac, foi incluído às
pressas na lista de convidados para o encontro na cidade natal de
Putin quando as forças da coalizão anglo-americana já estavam
próximas de derrubar o regime
do ex-ditador Saddam Hussein.
Duas conferências acadêmicas
concomitantes em São Petersburgo discutirão a posição em comum entre os três líderes, de que
a ONU deveria supervisionar a reconstrução do Iraque.
Os três líderes, no entanto, parecem dar pouca credibilidade às
declarações feitas nesta semana
pelo presidente americano, George W. Bush, e o premiê britânico,
Tony Blair, de que a ONU terá um
"papel vital".
"As declarações de Blair e Bush
em Belfast foram pouco além de
educadas", disse Yevgeny Volk,
analista do Heritage Fund, sediado em Moscou.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, ironizou os pedidos
na Europa por um "papel central
da ONU". "Eu não tenho certeza
do que isso significa", disse Powell ao jornal "Los Angeles Times". "Apenas dizem "central" e
em seguida vão para o próximo
encontro entre eles."
Nos meses que antecederam o
conflito, França, Alemanha e Rússia se mantiveram juntos em uma
posição contra o uso da força para
fazer com que o Iraque não mantivesse armas proibidas.
Ontem, Schröder e Chirac reafirmaram sua posição a esse respeito. "A Alemanha pode e irá
contribuir para a reconstrução, se
ela se der sob os auspícios da
ONU", disse o chanceler à TV alemã RTL. Putin, por sua vez, não
deu declarações.
China
A China também defendeu ontem que a ONU deve ter um "papel de liderança na reconstrução
do Iraque pós-guerra" e disse que
espera a apresentação imediata de
um plano nesse sentido.
"Espero que a ONU possa preparar um plano detalhado de reconstrução para o Iraque o mais
rápido possível", disse disse o
porta-voz da Chancelaria chinesa,
Liu Jianchao.
A China, membro permanente
do Conselho de Segurança da
ONU (e, portanto, com direito a
veto), também se opôs à guerra
no Iraque e pediu o fim dos ataques assim que eles começaram,
há três semanas, mas tem evitado
assumir um papel central no campo da oposição.
Com agências internacionais
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