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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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Para FHC, "lei do mais forte" é regressão

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, durante palestra realizada em São Paulo, que o mundo vive atualmente o risco de uma "regressão" na política internacional diante da perspectiva do que chamou de "prevalência da lei do mais forte", aludindo à guerra no Iraque.
"Prevalece quem tem mais condições de se impor. Não existem regras que limitem a força", disse. "Como se limita o uso da força? Vai prevalecer o mais forte? Quem é o mais forte? Isso não é uma coisa que se deva festejar. É uma volta atrás diante do que tinha sido construído no espírito, pelo menos, senão ainda nas instituições depois da catástrofe da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria", completou ele.
Na avaliação de FHC, o fato do terrorista Osama bin Laden -que reivindicou ter planejado os ataques terroristas de 11 de setembro contra o EUA- ter conseguido impor uma mudança na agenda internacional com os atentados de demonstra a fragilidade das instituições de organização internacional.
O ex-presidente também marcou praticamente todo o seu discurso com críticas ao unilateralismo americano. "O fundamento que se busca adotar para justificar a ação tomada por um país (...) tem sido o de substituir a regra do direito por uma fundamentação moral. Isso é inquietante. Quando não existe um direito positivo (...), quem é que diz o que é o bem e o mal? É algo muito arriscado."
De acordo com FHC, as condições para a reorganização das instituições depois da guerra no Iraque serão menos favoráveis do que as de depois da Segunda Guerra devido à falta de "legitimidade" da ação americana.


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