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Para FHC, "lei
do mais forte"
é regressão
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso afirmou ontem, durante palestra realizada
em São Paulo, que o mundo vive
atualmente o risco de uma "regressão" na política internacional
diante da perspectiva do que chamou de "prevalência da lei do
mais forte", aludindo à guerra no
Iraque.
"Prevalece quem tem mais condições de se impor. Não existem
regras que limitem a força", disse.
"Como se limita o uso da força?
Vai prevalecer o mais forte?
Quem é o mais forte? Isso não é
uma coisa que se deva festejar. É
uma volta atrás diante do que tinha sido construído no espírito,
pelo menos, senão ainda nas instituições depois da catástrofe da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria", completou ele.
Na avaliação de FHC, o fato do
terrorista Osama bin Laden
-que reivindicou ter planejado
os ataques terroristas de 11 de setembro contra o EUA- ter conseguido impor uma mudança na
agenda internacional com os
atentados de demonstra a fragilidade das instituições de organização internacional.
O ex-presidente também marcou praticamente todo o seu discurso com críticas ao unilateralismo americano. "O fundamento
que se busca adotar para justificar
a ação tomada por um país (...)
tem sido o de substituir a regra do
direito por uma fundamentação
moral. Isso é inquietante. Quando
não existe um direito positivo (...),
quem é que diz o que é o bem e o
mal? É algo muito arriscado."
De acordo com FHC, as condições para a reorganização das instituições depois da guerra no Iraque serão menos favoráveis do
que as de depois da Segunda
Guerra devido à falta de "legitimidade" da ação americana.
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