São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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EUA destroem escritório de Al Sadr

DA REDAÇÃO

Os EUA executaram ontem sua ofensiva mais incisiva contra o clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, destruindo seu gabinete em Bagdá. Em resposta, Al Sadr conclamou sua milícia, o Exército Mehdi, a ampliar a ofensiva contra as forças de ocupação.
O crescimento da insurgência no sul do país, predominantemente xiita, transcendeu o ataque às tropas ocupantes e culminou, neste fim de semana, na destruição de um dos principais oleodutos iraquianos, o que deve provocar uma perda de 25% nas já reduzidas exportações de petróleo. Segundo a administração do Oleoduto Estatal de Comercialização de Petróleo, o ataque impedirá temporariamente o escoamento de 450 mil barris diários.
Embora ataques contra a infra-estrutura petroleira sejam relativamente comuns no norte desde a invasão, principalmente em regiões dominadas pelos sunitas, eles são raros no sul, por onde escoa 90% do petróleo exportado.
Até dois ou três meses atrás, as áreas xiitas se mantinham calmas se comparadas com as áreas dominadas pelos sunitas. Mas a situação vem mudando com a conquista de espaço por Al Sadr.
Os EUA deram continuidade à operação contra a milícia do clérigo no bairro popular de Sadr City (Bagdá) e destruíram com tanques e helicópteros seu gabinete local. Segundo o comando americano, o prédio reduzido a escombros servia de depósito de armas.
Um porta-voz de Al Sadr, que não especificou se citava civis, afirmou que duas pessoas morreram e seis foram feridas na operação. Uma ação durante o fim de semana no populoso bairro xiita matou 35 membros do Exército de Mehdi, segundo os EUA.
De seu gabinete em Najaf -a cidade sagrada xiita que os EUA cercaram, mas evitam invadir-, Al Sadr voltou a exortar seus seguidores a atacar as forças de ocupação, dizendo que o conflito entrou em uma "nova fase". Em Karbala, cerca de 60 km ao norte, a milícia do clérigo enfrentou tropas americanas por duas horas.
Ontem, mais dois soldados dos EUA foram mortos em ataques em Mossul (norte) e Bagdá. Em Kirkuk (norte), dois civis -um sul-africano e um iraquiano- foram mortos por insurgentes.

Fallujah
Pela primeira vez desde o fim do cerco a Fallujah, no fim de abril, as forças dos EUA entraram no centro da conturbada cidade sunita.
Os militares passaram cerca de uma hora conversando sobre segurança com autoridades locais e foram escoltados pela força iraquiana recém-criada para patrulhar a cidade, particularmente sensível à presença dos EUA.


Com agências internacionais

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