|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Latinos querem mais
1 milhão de eleitores
DA REPORTAGEM LOCAL
Ativistas de ONGs latinas, sindicalistas, igrejas católicas e DJs
de rádios locais anunciaram uma
nova campanha para registrar um
milhão de novos eleitores entre a
comunidade latina. É o segundo
esforço concentrado desde que o
mesmo grupo reuniu cerca de
500.000 pessoas em passeatas em
Los Angeles pela regularização
dos imigrantes ilegais, em março.
O grupo, que já foi batizado de
"We Are America Alliance"
(aliança nós somos América), fará
campanha também em Nova
York, Chicago, entre outras grandes cidades. O lema desta vez é
"Ahora marchamos, mañana votamos" (agora, marchamos, amanhã, votamos). Há eleições parlamentares no país em novembro.
"Precisamos fazer as novas gerações votarem. Sabemos que a
xenofobia ou o medo vão endurecer a partir de agora, mas não podemos fortalecer nossa posição",
diz Ronald Blackburn-Moreno,
presidente da Aspira, uma das
maiores ONGs hispânicas dos Estados Unidos. "Quem é anti-hispânico vai se sentir ameaçado,
mas não temos escolha".
Muitos dos que participaram
das passeatas em março e abril
não podem votar. Cerca de 60%
dos latinos nos Estados Unidos
não têm cidadania ou não têm
idade para votar. Mesmo entre os
que têm direito a votar, menos da
metade vota regularmente, num
país onde o voto não é obrigatório. A idéia dos ativistas é estimular pessoas que normalmente ignoram as eleições a participar
mais ativamente e aumentar a influência latina na política.
O aumento da conscientização
dos latinos nos Estados Unidos é a
reação ao projeto de lei aprovado
no ano passado pela Câmara dos
Representantes (deputados) que
transforma imigrantes ilegais em
criminosos. Há 12 milhões de ilegais nos Estados Unidos, latino-americanos em maioria.
A lei também criminaliza quem
emprega ou dá auxílio aos ilegais,
como ONGs e até igrejas. E prevê
orçamento para a construção de
um muro de mais de 1.000 quilômetros na fronteira dos Estados
Unidos com o México.
Em março, o Senado aprovou
uma emenda ao projeto que descriminaliza os imigrantes e cria
um programa para legalizar aqueles que já trabalhem há seis anos
no país. A pressão dos imigrantes
nas ruas foi considerada fundamental para esse novo projeto.
Os ativistas estão recolhendo
milhares de cartões para entregar
aos principais líderes do Congresso no dia 17 de maio, que foi chamado "Dia Nacional do Lobby",
pedindo um projeto de regularização e cidadania para os ilegais.
(RJL)
Texto Anterior: Hispânicos puxam crescimento dos EUA Próximo Texto: Tudo em família: Para Bush, irmão daria "bom presidente" Índice
|