São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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Latinos querem mais 1 milhão de eleitores

DA REPORTAGEM LOCAL

Ativistas de ONGs latinas, sindicalistas, igrejas católicas e DJs de rádios locais anunciaram uma nova campanha para registrar um milhão de novos eleitores entre a comunidade latina. É o segundo esforço concentrado desde que o mesmo grupo reuniu cerca de 500.000 pessoas em passeatas em Los Angeles pela regularização dos imigrantes ilegais, em março.
O grupo, que já foi batizado de "We Are America Alliance" (aliança nós somos América), fará campanha também em Nova York, Chicago, entre outras grandes cidades. O lema desta vez é "Ahora marchamos, mañana votamos" (agora, marchamos, amanhã, votamos). Há eleições parlamentares no país em novembro.
"Precisamos fazer as novas gerações votarem. Sabemos que a xenofobia ou o medo vão endurecer a partir de agora, mas não podemos fortalecer nossa posição", diz Ronald Blackburn-Moreno, presidente da Aspira, uma das maiores ONGs hispânicas dos Estados Unidos. "Quem é anti-hispânico vai se sentir ameaçado, mas não temos escolha".
Muitos dos que participaram das passeatas em março e abril não podem votar. Cerca de 60% dos latinos nos Estados Unidos não têm cidadania ou não têm idade para votar. Mesmo entre os que têm direito a votar, menos da metade vota regularmente, num país onde o voto não é obrigatório. A idéia dos ativistas é estimular pessoas que normalmente ignoram as eleições a participar mais ativamente e aumentar a influência latina na política.
O aumento da conscientização dos latinos nos Estados Unidos é a reação ao projeto de lei aprovado no ano passado pela Câmara dos Representantes (deputados) que transforma imigrantes ilegais em criminosos. Há 12 milhões de ilegais nos Estados Unidos, latino-americanos em maioria.
A lei também criminaliza quem emprega ou dá auxílio aos ilegais, como ONGs e até igrejas. E prevê orçamento para a construção de um muro de mais de 1.000 quilômetros na fronteira dos Estados Unidos com o México.
Em março, o Senado aprovou uma emenda ao projeto que descriminaliza os imigrantes e cria um programa para legalizar aqueles que já trabalhem há seis anos no país. A pressão dos imigrantes nas ruas foi considerada fundamental para esse novo projeto.
Os ativistas estão recolhendo milhares de cartões para entregar aos principais líderes do Congresso no dia 17 de maio, que foi chamado "Dia Nacional do Lobby", pedindo um projeto de regularização e cidadania para os ilegais. (RJL)


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